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"Você vai morrer um pouco a cada dia", disse vítima a sequestrador de Cleveland

Do UOL, em São Paulo

01/08/2013 13h29

Michelle Knight, 32, uma das sequestradas por Ariel Castro, 53, disse nesta quinta-feira (1º) em frente a corte do tribunal do condado de Coyahua, em Ohio, que Castro “vai morrer um pouco a cada dia ".

"Você pegou 11 anos de minha vida e eu tenho que voltar. Quanto aos 11 anos de inferno, agora o inferno está apenas começando", disse Michelle. "Eu vou superar tudo isso que aconteceu, mas você terá de enfrentar o inferno por toda a eternidade. Deste momento em diante, eu não vou deixar você me definir ou dizer quem eu sou. Vou viver. Você vai morrer um pouco a cada dia, como você pensa sobre os 11 anos e atrocidades lhe infligido em nós. ", disse.

Ariel Castro, que se declarou culpado na semana passada pelo sequestro, estupro e espancamento de três mulheres em Cleveland, cidade do Estado de Ohio (EUA), está sendo ouvido, assim como testemunhas, em mais uma audiência no tribunal do condado de Cuyahoga, em Ohio, que determinará sua sentença ainda nesta quinta-feira.

A sentença de Castro vem depois de ele ter aceitado, na última sexta-feira (26), um acordo proposto pela acusação, que o livra da pena de morte, mas o leva à prisão perpétua pelas mais de 900 acusações a que responde. Além da condenação à prisão perpétua, o acordo prevê um adicional de mil anos de cadeia, sem direito à liberdade condicional. Com isso, Castro, 53, não testemunhará e se declarará culpado por 937 acusações.

Castro também concordou em pagar US$ 22.268,83 (R$ 50,8 mil) para um banco do condado que vai demolir sua casa.

Declarações em lágrimas

Knight foi a única das vítimas de Castro a comparecer no tribunal. Na companhia de uma advogada, a jovem leu em lágrimas e na frente da corte um texto escrito no papel.

"Eu chorava todas as noites. Eu estava tão sozinha", disse. "Eu me preocupava com o que poderia acontecer a mim e as outras meninas todos os dias. "

Knight lembrou de quão cruel Castro era com ela.

"Eu sabia que ninguém se importava comigo. Ele me disse que minha família não se importava", disse. "O Natal foi o dia mais traumático porque eu nunca cheguei a passar com o meu filho."

A jovem citou a amizade com Gina de Jesus como a única coisa boa que viveu em cativeiro. "Gina era o minha companheira de equipe. Nunca me deixava cair e eu nunca a deixava cair".

Uma prima de Gina, Sylvia Colon, falou pela vítima "hoje vamos fechar esse capítulo de nossas vidas".

"Ela ri, ela nada, ela dança e o mais importante, ela ama e é amada", disse Colon.

A irmã de Berry também falou pela jovem. Chorando, ela disse que "sua mãe não pode saber que Amanda estava viva".