Justiça do Egito prorroga prisão de presidente deposto por 15 dias
A justiça egípcia anunciou nesta segunda-feira (12) a prorrogação por 15 dias da prisão preventiva do presidente Mohamed Mursi, destituído e detido pelo exército no dia 3 de julho, suspeito de envolvimento em operações mortais no início de 2011.
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Mursi, detido em um local secreto, foi colocado oficialmente em prisão preventiva em 26 de julho, acusado de envolvimento em operações violentas durante a revolta contra o então presidente Hosni Mubarak em 2011.
As acusações se referem em particular à ajuda que teria recebido do Hamas para escapar de uma prisão. Ele havia sido detido pelo governo de Mubarak no início de 2011.
Um tribunal egípcio anunciou em 23 de junho que o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, e o Hezbollah xiita libanês estavam envolvidos na fuga da prisão de Wadi Natrun, ao noroeste.
Partidários do presidente deposto Mohamed Mursi pediram aos egípcios que tomassem as ruas nesta segunda-feira para frustrar qualquer tentativa de repressão policial em dois acampamentos mantidos por manifestantes islâmicos no Cairo há semanas.
Autoridades disseram que a polícia iria agir de madrugada para desmontar os acampamentos, numa ação que poderia resultar em confrontos sangrentos com aqueles que buscam a restituição de Mursi. No entanto, até o meio-dia (horário local) a polícia ainda não tinha agido.
Um grupo pró-Mursi, que inclui a Irmandade Muçulmana, convocou protestos em todo o país contra os militares, que derrubaram em 3 de julho o primeiro líder eleito democraticamente do Egito, após protestos contra o governo.
"A aliança exorta o povo do Egito em todas as províncias a sair em marcha nesta segunda-feira e a se reunir em todos os lugares", disse o grupo em comunicado.
Suspense
Fontes de segurança e uma autoridade do governo disseram que a polícia iria iniciar as ações contra os dois acampamentos no início da segunda-feira para acabar com um impasse que dura seis semanas, colocando em lados opostos multidões que exigem a reintegração de Mursi e o governo instalado pelo Exército.
Enviados ocidentais e árabes e alguns altos funcionários do governo egípcio têm pressionado o Exército a evitar o uso de força. Apoiadores de Mursi têm fortalecido os acampamentos com sacos de areia e pilhas de rochas, no aguardo de uma ação das forças de segurança.
Uma fonte de segurança disse que a ação contra os manifestantes havia sido adiada porque mais pessoas haviam chegado aos acampamentos de protesto após a notícia de que a repressão era iminente.
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