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Figueiredo Machado toma posse como ministro das Relações Exteriores

A presidente Dilma Rousseff empossou na manhã desta quarta (28) o diplomata Luiz Alberto Figueiredo Machado (primeiro à esq.) para o cargo de ministro das Relações Exteriores - Divulgação/Presidência da República
A presidente Dilma Rousseff empossou na manhã desta quarta (28) o diplomata Luiz Alberto Figueiredo Machado (primeiro à esq.) para o cargo de ministro das Relações Exteriores Imagem: Divulgação/Presidência da República

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

28/08/2013 11h39

A presidente Dilma Rousseff empossou na manhã desta quarta-feira (28) o diplomata Luiz Alberto Figueiredo Machado para o cargo de ministro das Relações Exteriores.

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Novo chanceler brasileiro

  • Nascido em julho de 1955, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado é diplomata de carreira. Antes de se tornar representante permanente das Nações Unidas, ele trabalhava, desde 2011, como subsecretário de Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia no Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

    No ministério, ele já tinha atuado como diretor-geral do Departamento de Ambiente e Assuntos Especiais e chefiou as divisões de Política Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, e Assuntos ligados a Mar, Antártida e Espaço Exterior.

    Figueiredo Machado trabalhou em Nova York (ONU, 1986-1989), Santiago (1989-1992), Washington (1996-1999), Ottawa (1999-2002) e Paris (Unesco, 2003-2005). Ele chefiou a equipe brasileira de negociações por muitos anos nas reuniões internacionais e conferências sobre assuntos relacionados ao meio-ambiente, especialmente aquelas sobre mudanças do clima e biodiversidade.

    Ele é formado em direito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

    Em 26 de agosto de 2013, tornou-se o ministro das Relações Exteriores com a saída de Antonio Patriota.

Figueiredo Machado irá ocupar o posto de Antonio Patriota, que saiu da pasta devido à crise causada pela retirada do senador boliviano Roger Pinto Molina da Embaixada do Brasil em La Paz em direção ao Brasil durante o fim de semana. Molina estava como asilado político na Embaixada brasileira na Bolívia há mais de 400 dias. 

“Com muita honra, aceitei o convite para assumir o cargo. A tarefa é desafiadora, pois trata-se de suceder um dos maiores talentos da diplomacia brasileira, que é o meu amigo Antonio Patriota. Muito me orgulha ser chamado a dirigir uma instituição que é referência no Estado brasileiro”, declarou.

Em seu discurso de posse, Figueiredo citou sua atuação na conferência Rio+20, que fez com que fosse elogiado pela presidente Dilma à época e, agora, escolhido para o ministério. "Crescer, incluir e proteger. Esses objetivos têm dado identidade e peso internacional ao Brasil e têm reforçado a credibilidade interna. O Brasil é ator fundamental e líder na cena internacional", declarou.

"A relevância do Brasil, presidenta, está aqui para ficar. Comprometo-me seguindo as diretrizes da presidenta Dilma Rousseff, tornar o Ministério das Relações Exteriores mais útil ao governo e mais próximo ao Parlamento e à sociedade civil", declarou.

Durante sua fala, o novo chanceler fez referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o indicou para o cargo de embaixador. Figueiredo Machado também elogiou a presidente Dilma pelo engajamento com as ações das delegações externas. “Ao longo dos anos, a senhora sempre esteve particularmente engajada em orientar de perto as delegações”, citou. “Nunca faltou orientação precisa.”

A cerimônia de posse contou com a presença dos dois diplomatas e de autoridades, como o vice-presidente Michel Temer; o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),; embaixadores brasileiros e estrangeiros e o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa.

Polêmica com a Bolívia

A fuga de Molina para o Brasil foi coordenada pelo diplomata brasileiro Eduardo Saboia, que atuava como encarregado de negócios, espécie de embaixador interino na Bolívia.

A ação foi considerada pelo governo como “forte quebra de hierarquia”, culminando na saída de Patriota.

Durante a posse, a presidente Dilma Rousseff afirmou que a política externa do Brasil sustenta-se na relação harmônica com os "irmãos latino-americanos".

Sem citar diretamente a Bolívia, Dilma afirmou que o Brasil não pode "colocar a vida de qualquer cidadão em risco", repetindo o que havia dito ontem.

Transmissão de cargo

Antonio Patriota ocupou o cargo de ministro desde o início do governo Dilma, em janeiro de 2011. Após a demissão, foi indicado pela presidente para ser o representante do Brasil na ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York (Estados Unidos). A indicação, no entanto, ainda precisa ser aprovada pelo Senado em votações na Comissão de Relações Exteriores e confirmada em plenário pelos senadores.

O posto de representante do Brasil na ONU era ocupado justamente por Figueiredo Machado.

A transmissão de cargo de Patriota para Figueiredo Machado está prevista para 15h no Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.

Em seu discurso de despedida do cargo, Patriota criticou o diplomata brasileiro Eduardo Saboia, que trouxe, à revelia do Itamaraty, o senador boliviano ao Brasil no último fim de semana.

A decisão do Planalto de trocar os diplomatas foi anunciada na última segunda-feira (26).