"Caos e extremismo vão se espalhar após ataque à Síria", diz Assad a jornal
O presidente sírio Bashar Assad afirmou em entrevista ao jornal francês “Le Figaro” que “o caos e o extremismo irão se espalhar” após um eventual ataque dos Estados Unidos e de aliados à Síria. O ditador também voltou a afirmar que não há provas que seu governo foi responsável pelo ataque com armas químicas que, segundo o governo americano, deixou mais de 1.400 mortos no último dia 21 de agosto.
“O Oriente Médio é um barril de pólvora e o fogo está se aproximando”, afirmou Assad. “Ninguém sabe o que vai acontecer [após um ataque]. Todo mundo vai perder o controle da situação quando o barril de pólvoras explodir. Há um risco de uma guerra regional”, completou.
Mais uma vez, o presidente sírio desafiou os Estados Unidos a apresentarem provas que responsabilizam seu regime pelo ataque químico do dia 21 de agosto, nos arredores de Damasco.
“Quem acusa deve apresentar provas . Nós desafiamos os Estados Unidos e a França para mostrarem uma única prova. Obama e Hollande não puderam [mostrar], inclusive perante os seus povos”, disse.
Para Assad, não há lógica em atacar seu próprio povo e Exército com armas químicas.
Nesta segunda-feira, o serviço de inteligência da França publicou um relatório em que responsabiliza as forças leais a Assad pelo ataque com armas químicas nos arredores de Damasco.
Forças leais ao presidente sírio, Bashar Assad, realizaram um ataque químico coordenado e de grande escala em 21 de agosto, de acordo com um relatório da inteligência francesa divulgado nesta segunda-feira, disse uma fonte do governo francês à Reuters.
O documento de nove páginas, elaborado por serviços de inteligência militar e externo, e que será apresentado a parlamentares nesta segunda, cita cinco fatores que sugerem que Assad esteve por trás dos ataques.
"Isso representa uma grande ameaça à segurança regional e global", disse a fonte.
Os dados de inteligência incluem imagens de satélite que mostram os ataques saindo de áreas controladas pelo governo no leste e oeste de Damasco, tendo como alvo regiões mantidas pelos rebeldes. A fonte disse que desde então as forças de Assad bombardearam a região para apagar as provas.
"Ao contrário de ataques anteriores que usaram pequenas quantidades de químicos e tinham o objetivo de aterrorizar as pessoas, este ataque foi tático e teve o objetivo de reconquistar território", disse a fonte.
Segundo Assad, “na medida em que a política do governo francês é hostil ao povo sírio, o Estado vai ser seu inimigo.” (Com Reuters)
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