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Rússia envia navio ao Mediterrâneo e diz que pode atacar Síria se uso de gás for provado

Do UOL, em São Paulo

04/09/2013 08h29

A Rússia está enviando um navio de guerra ao leste do Mediterrâneo para assumir as operações da Marinha russa na região, disse a agência de notícias Interfax nesta quarta-feira (4), citando uma fonte militar, à medida que os Estados Unidos se preparam para um possível ataque à Síria.

O governo russo é aliado do regime do atual presidente sírio, Bashar Assad, mas não descarta ajudar em um eventual ataque à Síria caso evidências claras mostrarem que o regime sírio realizou ataques com armas químicas.

O cruzador russo está previsto para chegar em aproximadamente 10 dias ao leste do Mediterrâneo, onde vai se juntar a outros navios da unidade naval regional da Rússia, disse a fonte não identificada.

Putin quer provas

O presidente russo, Vladimir Putin, disse, em entrevista publicada nesta quarta-feira, que a Rússia não descarta aprovar uma operação militar na Síria se evidências claras mostrarem que Damasco realizou ataques com armas químicas, mas disse que qualquer ação militar será ilegal se não tiver o apoio da ONU.

Em entrevista à AP e à russa First Channel, divulgada na véspera da reunião de líderes do G20 em São Petersburgo, Putin disse que espera manter conversações com o presidente dos EUA, Barack Obama, paralelamente à cúpula, dizendo há muito o que discutir.

Os laços entre Estados Unidos e Rússia pioraram para um dos níveis mais tensos desde o final da Guerra Fria em consequência de vários assuntos, incluindo a violência na Síria, onde a Rússia tem sido a mais importante protetora do presidente Bashar Assad.

Perguntado se a Rússia concordaria com uma ação militar se ficasse provado que o governo sírio realizou um ataque com armas químicas, Putin respondeu: "Eu não descarto isso".

No entanto, Putin também deixou claro que a Rússia ainda não aceita a alegação de norte-americanos e europeus de que as forças de Assad estão por trás de um ataque químico em 21 de agosto, que Washington diz ter matado mais de 1.400 pessoas.

"Não temos dados de que essas substâncias químicas --e ainda não está claro se foram armas químicas ou simplesmente algumas substâncias químicas nocivas-- foram utilizadas precisamente pelo Exército oficial do governo", disse.

Obama viaja para a cúpula do G20 após ter assegurado o apoio de figuras-chave do Congresso dos EUA a favor de uma ação militar limitada na Síria. (Com Reuters)