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Malásia abre inquérito por tumulto com família de passageiros do voo MH-370

Familiar de passageiro do avião que desapareceu chora na sala de imprensa do aeroporto de Kuala Lumpur - Azhar Rahim/EFE
Familiar de passageiro do avião que desapareceu chora na sala de imprensa do aeroporto de Kuala Lumpur Imagem: Azhar Rahim/EFE

Do UOL, em São Paulo

19/03/2014 12h39

O governo da Malásia ordenou nesta quarta-feira (19) a abertura de uma investigação para apurar um tumulto causado por familiares dos passageiros do voo MH-370, desaparecido desde o dia 8 de março.

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Um grupo de parentes de passageiros invadiu uma sala onde seria realizada uma entrevista coletiva sobre o caso, em Kuala Lumpur, exigindo informações das autoridades.

 

O grupo, que marchou de um hotel próximo com um cartaz no qual exigia respostas ao governo da Malásia, foi desalojado à força pela polícia, que formou um cordão para evitar que os parentes fossem entrevistados pelos jornalistas.

 

"Por favor, me diga onde está meu filho, onde se encontra", gritou em mandarim, entre lágrimas, uma familiar, antes de ser retiradas da sala de um hotel em Sepang, perto do Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur, informou o jornal "Malaysian Insider".

 

“Nós não sabemos a verdade. Nós precisamos saber onde o avião está. Nós não precisamos de alguém tomando conta da gente todos os dias”, disse outra das mulheres retiradas do local, segundo o britânico "The Guardian".

 

O grupo de parentes dos passageiros chineses que estavam no voo MH370 - que desapareceu no último dia 8 - está reunido em um hotel em Pequim à espera de notícias e criou nesta quarta-feira uma comissão para transferir suas queixas pela falta de informações, além de ter anunciado a nomeação de um porta-voz para a imprensa.

 

"A comissão reunirá as opiniões de cada um dos parentes e expressaremos os pedidos comuns", explicou hoje um deles a um grupo de jornalistas.
 

Porta-voz

 

Esgotados e angustiados após 11 dias de espera, os parentes se organizaram para falar com a imprensa no hotel Lido em Pequim, onde a Malaysia Airlines realiza as reuniões diárias para fornecer informações sobre os avanços da investigação.

 

Eles criaram uma comissão para transferir suas queixas pela falta de informações, além anunciaram a nomeação de um porta-voz para a imprensa.

 

Uma equipe de médicos e psicólogos foi designada para acompanhar e atender os parentes dos passageiros do voo desaparecido.

 

"A espera está demorando muito e nem o governo da Malásia nem a companhia aérea estão informando bem. Divulgam uma informação e depois a desmentem", se queixou um cidadão chinês que aguarda notícias sobre seus pais que estavam a bordo da aeronave.

 

"A companhia Malaysia Airlines esconde algo, na realidade eles sabem onde está o avião", denunciou um homem de cerca de 50 anos, que não conseguia conter as lágrimas.

 

"Não podemos continuar assim, nesta espera, deixando que o governo da Malásia nos trate como quiser", acrescentou.

 

Por meio de um cartaz pendurado na sala de reuniões, as famílias manifestam também seu desespero: "Continuamos sem saber onde está o avião. O porta-voz da Malaysia Airlines muda muito de opinião, o que está levando a uma busca desorientada. Com raiva, tristeza e aborrecimento, os parentes estão muito desgatados. Continuamos esperando voltar a nos reunirmos [com nossos parentes], contamos cada minuto para que voltem". 

 

Mais críticas

 

O avião sumiu no dia 8 de março, com 239 ocupantes, após decolar de Kuala Lumpur, na Malásia, em direção a Pequim, na China.

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O governo da Malásia, por sua vez, anunciou que enviará uma delegação formada por políticos e autoridades aéreas à China, a fim de prestar informações aos parentes..

As tensões causadas pela falta de informações precisas sobre o paradeiro do avião já causaram desentendimentos entre os países envolvidos na busca pela aeronave.

O Vietnã, um dos primeiros países a iniciarem as operações de resgate, chegou a anunciar que deixaria de atuar nas buscas acusando o governo da Malásia de sonegar informações. A China fez acusações semelhantes e colocou satélites orbitais para atuar nas buscas.

Na última terça-feira (18), um grupo de chineses familiares dos passageiros do voo MH-370  ameaçou iniciar uma greve de fome caso o governo malaio não fornecesse informações sobre o que aconteceu com o avião da Malaysia Airlines.

As operações de resgate da aeronave envolvem embarcações e aviões de 26 países e cobrem uma área equivalente a 7,6 milhões de quilômetros quadrados, quase o mesmo tamanho da Austrália. (Com agências internacionais e BBC)