Idosa recusa oferta de US$ 1 mi por casa nos Estados Unidos
“Não sei por que precisaria de um milhão de dólares”, respondeu Edith Macefield, 82, para espanto do negociador imobiliário que tentava comprar a pequena casa em Ballard, Seattle (EUA).
O homem estava a mando de uma construtora com interesse imediato em erguer um shopping center no local.
Já não era a primeira tentativa. Todos os vizinhos sucumbiram à especulação imobiliária e entregaram suas propriedades. Menos Dona Edith.
Segura de que há coisas que o dinheiro não pode comprar, a idosa fez valer o desejo de passar seus últimos anos na casa onde morava, com todas as lembranças afetivas de uma vida.
E assistia, da janela da pequena casa, a transformação da paisagem: os casebres viraram arranhas-céus; a vizinhança foi embora, o comércio chegou.
“Se eu ficar doente, esse valor provavelmente não cobrirá as despesas médicas, e se não ficar, não precisarei desse dinheiro”, resumiu, segundo o jornal "Daily Mail", que deu reportagem sobre o caso.
Assunto encerrado. O ano era 2003. Dona Edith morreu em 2008, aos 87 anos. A casa até hoje se mantém de pé e é rodeada pelo shopping center, cujo projeto foi adaptado.
História de filme
Invertendo a máxima de que a “vida imita a arte”, a história da americana, que emociona pela simplicidade, em tudo se assemelha à de Carl Fredricksen, personagem da animação “UP! Altas aventuras" (2009), da Disney-Pixar, e pode ter inspirado o desenho.
No roteiro de ficção, um idoso ex-vendedor de balões se recusa a deixar a casa onde mora, por apego afetivo às lembranças do lugar onde viveu uma história de amor ao lado de Ellie, para dar lugar à urbanização.
Segundo o site “Road Trippers”, o shopping foi sendo construído no mesmo ritmo em que nascia uma grande amizade entre Edith e Barry Martin, chefe da obra na época.
Ele passou a ajudá-la em todas as suas eventuais necessidades (compra de remédios, por exemplo) e, por gratidão, a idosa deixou a casa de presente para o mestre de obras --mais um detalhe tão curioso quanto inspirador.
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