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China e Rússia assinam acordo bilionário para fornecimento de gás

Carlos Barria/Pool/AP
Imagem: Carlos Barria/Pool/AP

Do UOL, em São Paulo

21/05/2014 13h37

China e Rússia assinaram nesta quarta-feira (21) um esperado acordo de US$ 400 bilhões para fornecimento de gás por trinta anos, assegurando ao maior consumidor de energia do mundo uma nova grande fonte de energia limpa e abrindo um novo mercado para Moscou, em um momento no qual a Europa busca outras origens para compra de energia.

O presidente russo, Vladimir Putin, e seu equivalente chinês, Xi Jinping, celebraram a assinatura do contrato, em Xangai, entre as estatais Gazprom GAZP.MM e China National Petroleum Corp (CNPC).

O negócio é um trunfo político para Putin, que está buscando novos parceiros na Ásia à medida que a Europa tenta reduzir sua dependência de gás da Rússia, a fim de melhorar sua posição de barganha com Moscou depois que o controle da Crimeia foi tomado da Ucrânia.

Mas, de um ponto de vista comercial, muito depende dos preços e de outros termos não revelados do contrato, que levou mais de uma década para ser fechado. Segundo informou o CEO da Gazprom, Alexey Miller, o acordo foi fechado por US$ 400 bilhões (o equivalente a cerca de R$ 880 bilhões), e a Rússia deverá fornecer 38 bilhões de metros cúbicos de gás à China por ano. 

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No ano passado, a China consumiu cerca de 170 bilhões de metros cúbicos de gás natural, procedente, sobretudo, da Ásia Central.

A partir do valor de US% 400 bilhões, especula-se que a China pagará cerca de US$ 350 por mil metros cúbicos de gás. Segundo os especialistas, a Gazprom buscava obter um preço de US$ 400 por mil metros cúbicos de gás, o que paga a União Europeia, enquanto a China oferecia entre US$ 350 e US$ 360 por essa quantidade, baseando-se em suas importações da Ásia Central.

"Este é o maior contrato da Gazprom. Nenhuma companhia já firmou um contrato do gênero", disse Miller, que não quis divulgar o preço do metano, que seria "um segredo comercial".

Também está previsto um regime fiscal preferencial para os depósitos russos que terão o gás extraído com destino à China. O contrato de 30 anos deverá ter início a partir de 2018.

"Este é um evento histórico para o setor de gás da Rússia e da União Soviética", disse Putin. "Este é o maior contrato na história do setor de gás da antiga URSS."

"Quero salientar que um árduo trabalho foi feito no nível de especialistas. Nossos amigos chineses são negociadores difíceis", disse ele, ressaltando que as negociações se estenderam até as 4h. "Através de um compromisso mútuo nós conseguimos alcançar termos não apenas aceitáveis, mas sim satisfatórios para ambos os lados. Estamos, no fim, contentes pelo compromisso alcançado sobre o preço e outros termos", afirmou. (Com agências internacionais)