Ataques do Exército de Israel deixam ao menos 45 mortos em Rafah
Ao menos 45 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas, neste domingo (26), no bombardeio israelense perto de Rafah, no sul de Gaza, informou o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo extremista Hamas.
O que aconteceu
O local bombardeado havia sido designado pela ocupação israelense como zona humanitária. As informações são do Crescente Vermelho Palestino (organização humanitária que faz parte do movimento internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho) e foram divulgadas pela AFP.
"As ambulâncias (...) estão transportando um grande número de mortos e pessoas feridas depois que a ocupação [israelense] atacou as tendas de campanha de pessoas deslocadas perto da sede das Nações Unidas, a noroeste de Rafah", afirmou o Crescente Vermelho na rede X.
A Defesa Civil de Gaza confirmou o ataque ao local. O órgão disse ainda que cerca de 100 mil pessoas estão abrigadas no acampamento.
O Hamas afirmou na noite de domingo (26) que os palestinos devem "se levantar e marchar" contra o "massacre". "Convocamos as massas do nosso povo na Cisjordânia, em Jerusalém, nos territórios ocupados e no exterior a se levantarem e marchar furiosamente contra o massacre sionista em andamento", declarou o grupo em comunicado.
A presidência palestina acusou Israel de "atacar deliberadamente" um centro para deslocados na cidade de Rafah. "A realização deste massacre abominável pelas forças de ocupação israelenses é um desafio para todas as resoluções internacionais legítimas", acrescentou a presidência em nota, na qual acusou as forças israelenses de atacarem barracas de pessoas deslocadas.
Horrible scenes of a new massacre in Rafah: The Israeli army committed a horrific massacre in North West Rafah which is supposed to be a safe area bombarding and burning tents of displaced Palestinians killing more than 30 civilians many of whom were burned to death and injuring? pic.twitter.com/SwZYrpXQFF
-- Mustafa Barghouti @Mustafa_Barghouti (@MustafaBarghou1) May 26, 2024
Palestine Red Crescent ambulance teams transported several martyrs and wounded individuals as a result of the occupation's targeting of displaced persons' tents in the Tel al-Sultan area, northwest of #Rafah.
-- PRCS (@PalestineRCS) May 26, 2024
Filmed by PRCS volunteer: Mohammed Saqer#IHL pic.twitter.com/cJf0SNt4QZ
Israel confirma ataque, mas diz que alvo era Hamas
O Exército israelense confirmou o ataque. A IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês) esclareceu que o alvo do ataque aéreo era o acampamento do Hamas em Rafah. "O ataque foi realizado contra terroristas que são alvo de ataque, de acordo com o direito internacional, usando munições de precisão e com base em informações de inteligência que indicam o uso da área por terroristas do Hamas", afirmou a IDF em comunicado.
Os militares ressaltaram que mataram dois altos dirigentes do Hamas. Segundo a IDF, o ataque contra "uma instalação do Hamas em Rafah" matou Yassin Rabia e Khaled Nagar, integrantes do Hamas. Ambos estariam envolvidos em atividades do Hamas na Cisjordânia, inclusive no planejamento de ataques e transferência de recursos, enquanto Nagar também administrava fundos para as operações do Hamas, segundo o Exército israelense.
Israel está ciente de mortos e feridos após o ataque. Em comunicado, os militares afirmaram que foram informados dos relatos de que o ataque se alastrou para um campo de palestinos deslocados. O governo explicou que o incidente está sob investigação adicional.
Mais cedo neste domingo, o Exército de Israel declarou que ao menos oito foguetes foram disparados de Rafah em direção a áreas do centro de Israel. O braço armado do Hamas confirmou ter disparado em direção a Tel Aviv "uma quantidade importante de foguetes em resposta aos massacres sionistas de civis".
Guerra teve início em outubro de 2023
A guerra entre Israel e Hamas teve início em 7 de outubro. Na ocasião, combatentes do Hamas mataram mais de 1.170 pessoas, a maioria civis, no sul de Israel, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais israelenses.
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Quero receberO Hamas sequestrou 252 pessoas. Israel afirma que 121 permanecem sequestradas em Gaza, das quais 37 teriam morrido.
Em retaliação, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e lançou uma ofensiva contra Gaza. Dados indicam que, até o momento, 35.984 palestinos morreram, a maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério de Saúde de Gaza.
Não há previsão para o fim do conflito. As negociações indiretas, com mediação de Estados Unidos, Egito e Catar, estagnaram no começo de maio, pouco depois do início das operações terrestres em Rafah. Veículos de comunicação israelenses noticiaram que o chefe do Mossad - o serviço de inteligência de Israel-, David Barnea, acordou, durante reuniões em Paris, com o diretor da CIA, William Burns, e o primeiro-ministro catari, Mohamed bin Abdulrahman al Thani, um novo marco para os diálogos.
O presidente americano, Joe Biden, disse estar "comprometido com uma diplomacia de emergência" para conseguir um cessar-fogo e a libertação dos reféns. Funcionários cataris preveem se reunir com uma delegação do Hamas nos próximos dias, segundo o site de notícias americano Axios.
Novos países vão reconhecer a Palestina como Estado. Espanha, Irlanda e Noruega vão reconhecer a Palestina como Estado na terça-feira (28), segundo anunciaram na quarta-feira passada. "O povo palestino [...] tem direito a ter um Estado, assim como o povo de Israel tem esse direito", avaliou, neste domingo, em Bruxelas, o ministro espanhol das Relações Exteriores, José Manuel Albares.
(Com AFP)
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