Conteúdo publicado há 6 meses

Ataques do Exército de Israel deixam ao menos 45 mortos em Rafah

Ao menos 45 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas, neste domingo (26), no bombardeio israelense perto de Rafah, no sul de Gaza, informou o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo extremista Hamas.

O que aconteceu

O local bombardeado havia sido designado pela ocupação israelense como zona humanitária. As informações são do Crescente Vermelho Palestino (organização humanitária que faz parte do movimento internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho) e foram divulgadas pela AFP.

"As ambulâncias (...) estão transportando um grande número de mortos e pessoas feridas depois que a ocupação [israelense] atacou as tendas de campanha de pessoas deslocadas perto da sede das Nações Unidas, a noroeste de Rafah", afirmou o Crescente Vermelho na rede X.

A Defesa Civil de Gaza confirmou o ataque ao local. O órgão disse ainda que cerca de 100 mil pessoas estão abrigadas no acampamento.

O Hamas afirmou na noite de domingo (26) que os palestinos devem "se levantar e marchar" contra o "massacre". "Convocamos as massas do nosso povo na Cisjordânia, em Jerusalém, nos territórios ocupados e no exterior a se levantarem e marchar furiosamente contra o massacre sionista em andamento", declarou o grupo em comunicado.

A presidência palestina acusou Israel de "atacar deliberadamente" um centro para deslocados na cidade de Rafah. "A realização deste massacre abominável pelas forças de ocupação israelenses é um desafio para todas as resoluções internacionais legítimas", acrescentou a presidência em nota, na qual acusou as forças israelenses de atacarem barracas de pessoas deslocadas.

Israel confirma ataque, mas diz que alvo era Hamas

Ataque israelense em um acampamento para palestinos deslocados
Ataque israelense em um acampamento para palestinos deslocados Imagem: Reuters TV/REUTERS
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O Exército israelense confirmou o ataque. A IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês) esclareceu que o alvo do ataque aéreo era o acampamento do Hamas em Rafah. "O ataque foi realizado contra terroristas que são alvo de ataque, de acordo com o direito internacional, usando munições de precisão e com base em informações de inteligência que indicam o uso da área por terroristas do Hamas", afirmou a IDF em comunicado.

Os militares ressaltaram que mataram dois altos dirigentes do Hamas. Segundo a IDF, o ataque contra "uma instalação do Hamas em Rafah" matou Yassin Rabia e Khaled Nagar, integrantes do Hamas. Ambos estariam envolvidos em atividades do Hamas na Cisjordânia, inclusive no planejamento de ataques e transferência de recursos, enquanto Nagar também administrava fundos para as operações do Hamas, segundo o Exército israelense.

Israel está ciente de mortos e feridos após o ataque. Em comunicado, os militares afirmaram que foram informados dos relatos de que o ataque se alastrou para um campo de palestinos deslocados. O governo explicou que o incidente está sob investigação adicional.

Mais cedo neste domingo, o Exército de Israel declarou que ao menos oito foguetes foram disparados de Rafah em direção a áreas do centro de Israel. O braço armado do Hamas confirmou ter disparado em direção a Tel Aviv "uma quantidade importante de foguetes em resposta aos massacres sionistas de civis".

Guerra teve início em outubro de 2023

A guerra entre Israel e Hamas teve início em 7 de outubro. Na ocasião, combatentes do Hamas mataram mais de 1.170 pessoas, a maioria civis, no sul de Israel, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais israelenses.

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O Hamas sequestrou 252 pessoas. Israel afirma que 121 permanecem sequestradas em Gaza, das quais 37 teriam morrido.

Em retaliação, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e lançou uma ofensiva contra Gaza. Dados indicam que, até o momento, 35.984 palestinos morreram, a maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério de Saúde de Gaza.

Não há previsão para o fim do conflito. As negociações indiretas, com mediação de Estados Unidos, Egito e Catar, estagnaram no começo de maio, pouco depois do início das operações terrestres em Rafah. Veículos de comunicação israelenses noticiaram que o chefe do Mossad - o serviço de inteligência de Israel-, David Barnea, acordou, durante reuniões em Paris, com o diretor da CIA, William Burns, e o primeiro-ministro catari, Mohamed bin Abdulrahman al Thani, um novo marco para os diálogos.

O presidente americano, Joe Biden, disse estar "comprometido com uma diplomacia de emergência" para conseguir um cessar-fogo e a libertação dos reféns. Funcionários cataris preveem se reunir com uma delegação do Hamas nos próximos dias, segundo o site de notícias americano Axios.

Novos países vão reconhecer a Palestina como Estado. Espanha, Irlanda e Noruega vão reconhecer a Palestina como Estado na terça-feira (28), segundo anunciaram na quarta-feira passada. "O povo palestino [...] tem direito a ter um Estado, assim como o povo de Israel tem esse direito", avaliou, neste domingo, em Bruxelas, o ministro espanhol das Relações Exteriores, José Manuel Albares.

(Com AFP)

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