Ex-presidente egípcio, Mursi é condenado à morte por fuga em 2011
O Tribunal Penal do Cairo condenou o ex-presidente do Egito Mohammed Mursi à morte nesta terça-feira (16) sob a acusação de assassinato, sequestro e outros crimes durante uma fuga em massa de uma prisão em 2011.
O guia geral da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, e outros quatro líderes da instituição também foram condenados à morte. Mais de 80 outras pessoas foram sentenciadas à pena capital à revelia. Mursi e outras cem pessoas já haviam sido condenados à morte há um mês por essas acusações. Hoje o tribunal negou o recurso contra a condenação.
Mais cedo nesta terça-feira, Mursi já havia sido condenado à prisão perpétua, o que no Egito equivale a 25 anos de prisão, em um caso separado relacionado a conspiração com grupos estrangeiros.
Ele e outros 16 islamitas foram acusados de espionagem e de colaboração com organizações estrangeiras para planejar ataques no Egito. Ele teria supostamente atuado em favor do movimento palestino Hamas, do Hezbollah libanês e do Irã.
Entre os 16 condenados à perpétua também estão o líder da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badia, e Saad Katatni e Esam al Arian, respectivamente presidente e vice do braço político da confraria, chamado Partido Liberdade e Justiça.
Nesta mesma ação, que tinha 36 réus, a Corte sentenciou à pena capital três proeminentes dirigentes da Irmandade Muçulmana: Jairat al Shater, Mohammed al Beltagui e Ahmed Abdelati.
Outras 13 pessoas, julgadas à revelia, também foram condenadas à forca, dois receberam sete anos de prisão e Farid Ismail, inicialmente processado, morreu na prisão, .
Eles são acusados de revelar segredos da segurança nacional e de colaborar com organizações estrangeiras.
Mursi escutou a sentença com semblante sério numa jaula reservada aos réus dentro da sala, na Academia da Polícia no Cairo, onde havia muitos policiais e jornalistas.
Os condenados fizeram com a mão o símbolo dos protestos dos islamitas e gritaram palavras de ordem como "que caia o governo militar" e "revolucionários livres continuarão o caminho".
O pedido de sentença de morte tinha atraído críticas dos Estados Unidos, outros governos ocidentais e grupos pró-direitos humanos. Após a condenação nesta terça-feira, um dirigente da Irmandade Muçulmana disse que o julgamento tinha "caído abaixo de todas as normas internacionais".
"Esse veredicto é um prego no caixão da democracia no Egito", afirmou Yahya Hamid, ex-ministro e atual chefe de relações internacionais da Irmandade, em entrevista coletiva em Istambul.
Mursi afirma que o tribunal não é legítimo e descreveu os processos judiciais contra ele como parte de um golpe liderado pelo ex-chefe do Exército Abdel Fattah al-Sisi em 2013.
Outros processos
Mursi se tornou o primeiro presidente democraticamente eleito do Egito após a queda em 2011 do presidente autocrata Hosni Mubarak, que estava há décadas no poder, mas o islamita foi derrubado pelo Exército em 2013, após protestos em massa contra seu governo.
Ele já havia sido condenado em abril a 20 anos de prisão pelo uso de violência durante distúrbios ocorridos em frente ao Palácio Presidencial de Itihadiya, no Cairo, em dezembro de 2012.
O ex-presidente, derrubado em 3 de julho de 2013, é acusado em outros processos de insultar o Judiciário e entregar informação confidencial ao Catar. (Com agências internacionais)
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