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'Não sei quando vou estar segura', diz brasileira em Paris

Policiais e bombeiros trabalham após ataque; brasileira descreve medo na cidade - Dominique Faget/AFP
Policiais e bombeiros trabalham após ataque; brasileira descreve medo na cidade Imagem: Dominique Faget/AFP

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

14/11/2015 00h55

Moradora de Paris, onde estuda direito internacional, a advogada brasileira Fernanda Coutinho escapou por pouco de um dos ataques que deixaram dezenas de mortos nesta sexta-feira (13) na capital francesa. 

Ela estava em um bar no distrito de Marais com mais duas amigas no momento em que começaram a circular as informações sobre os ataques. Em meio à tensão que já tomava conta da cidade, elas preferiram seguir rumo à casa de uma delas, perto do bar.

"No meio do caminho, ouvimos que teve um atentado muito perto de onde a gente estava. Começamos a correr", contou Fernanda, acrescentando que o bar fica a cerca de cem metros de um dos locais atacados. "Saímos no momento certo, mas ao mesmo tempo estávamos na rua no momento em que tudo estava acontecendo."

Segundo a advogada, o clima é de medo e tristeza. "Muita gente correndo, muita sirene. Todos os amigos franceses conhecem alguém que presenciou algum tiroteio. O país está absolutamente parado. Não sei quando vou estar segura para sair daqui", conta. "Agora é torcer que não haja retaliação contra mais gente que não merece retaliação."

'Mortos estão pela calçada', relata brasileiro

À rádio Jovem Pan, o brasileiro Alessandro Ferreira, que mora há 18 anos em Paris, descreveu um cenário de horror em um dos locais onde ataques ocorreram.

“Os mortos estão pela calçada. É uma coisa realmente dura de ver. Foi muito pesado. O que acontece nesse momento é que a gente está em choque. A gente não pode sair de casa é algo que nunca presenciamos. É muito forte”, destacou Alessandro.

Ao menos dois brasileiros que estavam no mesmo restaurante ficaram feridos nos ataques, informou à BBC Brasil a cônsul-geral do Brasil na França, Maria Edileuza Fontenele Reis. Um deles, um arquiteto, tomou três tiros nas costas e seu estado é bem grave, segundo a cônsul-geral. Uma estudante brasileira foi ferida de raspão e está consciente.