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Assange comemora "vitória" na ONU e diz que detenção foi provada ilegal

Assange segura cópia de documento da ONU que diz que ele foi "detido arbitrariamente" - Niklas Halle"n/AFP
Assange segura cópia de documento da ONU que diz que ele foi "detido arbitrariamente" Imagem: Niklas Halle'n/AFP

Do UOL, em São Paulo

05/02/2016 10h26Atualizada em 05/02/2016 15h12

O fundador do WikiLeaks Julian Assange afirmou nesta sexta-feira (5) que a ONU provou que sua "detenção" na Embaixada do Equador em Londres, no Reino Unido, é "ilegal" e que qualquer decisão do organismo é de cumprimento judicial obrigatório. 

Assange falou por videoconferência de dentro da embaixada, após declarações de suas advogadas sobre o caso. "Cabe ao Reino Unido e à Suécia implementar este veredicto", afirmou o ativista.

Mais tarde, ele apareceu na janela da embaixada, onde permanece refugiado há mais de três anos. Tendo em mãos o relatório da ONU, ele disse que sua prisão é injusta e lamentou estar há tantos anos sem poder ver seus filhos. 

Mesmo assim, comemorou o relatório. "É uma vitória que não pode ser negada", disse ele, pedindo o direito de deixar o local sem ser preso pelas autoridades locais.   

Um comitê da ONU anunciou nesta sexta que Assange, que está refugiado na embaixada para evitar uma ordem de detenção europeia, foi "detido arbitrariamente" pela Suécia e pelo Reino Unido.

O organismo pediu que esses dois países o libertem e o indenizem. Os governos britânico e sueco rejeitaram a decisão.

"Julian Assange foi detido arbitrariamente pela Suécia e pelo Reino Unido desde sua prisão em Londres em 7 de dezembro de 2010", afirmou o grupo de trabalho da ONU sobre a detenção arbitrária em um comunicado.

Os cinco especialistas independentes convocam as "autoridades suecas e britânicas" a colocar fim a sua detenção e a respeitar seu direito de receber uma compensação.

Assange, um hacker de computador que enfureceu os Estados Unidos ao publicar centenas de milhares de correspondências diplomáticas norte-americanas secretas, está abrigado na embaixada equatoriana desde junho de 2012 para evitar uma investigação de estupro na Suécia.

"As diferentes formas de privação de liberdade às quais Assange se submeteu constituem uma forma de detenção arbitrária", explicou o sul-coreano Seong-Phil Hong, que dirige o painel."O grupo de trabalho estima que a detenção arbitrária de Assange deve cessar", acrescentou.

"Estou detido há cinco anos e meio", afirmou Assange, "com grande dificuldade para ver minha família e meus filhos". (Com agências internacionais)