Veja as promessas de campanha do presidente eleito dos EUA, Donald Trump
O republicano Donald Trump superou as pesquisas que indicavam vitória de Hillary Clinton na eleição dos Estados Unidos e foi eleito nesta terça-feira (8) o 45º presidente norte-americano.
Veja algumas das propostas do candidato que marcaram a campanha eleitoral vencedora:
Deportar imigrantes sem documento
Cerca de 11 milhões de imigrantes vivem sem documento nos EUA. A maioria deles vem de países da América Latina, como México, Honduras e El Salvador. No fim de agosto, Trump especificou que sua prioridade será deportar milhares de imigrantes ilegais que cometeram crimes, mas foi ambíguo sobre como fará essa seleção.
Em entrevista à "CNN" na época, Trump disse que "não se pode agarrar 11 milhões [de imigrantes] e dizer: pronto, estão fora". Mas afirmou que não haverá "qualquer caminho para a legalização" dos que vivem clandestinamente nos EUA, inclusive aqueles que têm família e emprego no país, posição oposta à do atual presidente, Barack Obama.
Construir um muro na fronteira com o México
Ainda sobre imigração, Trump revelou sua proposta mais ambiciosa sobre a questão logo que anunciou sua pré-candidatura à Presidência dos EUA, em junho de 2015: construir um muro na fronteira com o México para impedir a entrada de imigrantes ilegais.
Na ocasião, Trump disse que o México "não envia as melhores pessoas". "Ele envia pessoas com muitos problemas. E elas trazem esses problemas para cá. Elas trazem drogas, trazem crime. São estupradores."
Trump acrescentou que "faria o México pagar pelo muro", indicando que poderia implementar sanções econômicas ao país vizinho para custear as obras.
Apesar de ter se encontrado com o presidente Enrique Peña Nieto no México, Trump não recuou da proposta: no começo de setembro, voltou a falar que construirá o muro.
Banir muçulmanos e rejeitar refugiados da Síria
Dentro do contexto contrário à imigração, Trump também divulgou outra ideia polêmica em dezembro do ano passado, após os atentados terroristas em Paris: banir a entrada de muçulmanos no país.
A proposta causou revolta na comunidade islâmica nos Estados Unidos e também gerou reação de políticos, inclusive republicanos, que consideraram a ideia xenófoba. Depois, suavizou o discurso, mas afirmou que todos os muçulmanos serão "investigados" antes de receberem autorização para entrar no país.
A restrição se estende à acolhida de refugiados da Síria, ideia do qual Trump é contrário.
"Destruir o Estado Islâmico"
Trump já falou em endurecer o combate ao Estado Islâmico na Síria e no Iraque e chegou a cogitar o uso de tortura contra suspeitos de terrorismo --inclusive a perseguição de familiares de membros do EI. Ele diz que o foco deve ser o combate contra o Estado Islâmico, e não o apoio à queda de Bashar al-Assad na Síria.
Ao falar sobre sua proposta, Trump afirmou que pediria ao Pentágono que apresentasse um plano em 30 dias para a destruição do Estado Islâmico, mas ressaltou que qualquer ação seria "temperada com realismo".
Aproximar os EUA da Rússia e dialogar com a Coreia do Norte
Durante a campanha eleitoral, Trump se aproximou do presidente russo, Vladimir Putin, e disse que quer estreitar as relações entre os dois países, degradadas pela oposição norte-americana à invasão russa na Crimeia (Ucrânia), em 2013, e ao apoio de Putin a Bashar al-Assad.
Putin se mostrou aberto à conciliação, mas disse, depois da vitória de Trump, que "esse não será um caminho fácil".
O aceno de Trump foi uma inversão à posição tradicional antirussa do Partido Republicano, gerando reação negativa de seus partidários. Houve acusações de que a campanha de Trump teria sido ajudada pela Rússia - inclusive com a suspeita de que o governo Putin teria vazado e-mails secretos do Partido Democrata ao Wikileaks.
Trump também já disse que poderia dialogar com o ditador Kim Jong-Un, o que seria uma grande reversão na política americana em relação à Coreia do Norte, mas não detalhou qual postura esperaria do país, que é historicamente hostil ao governo dos Estados Unidos.
Adotar uma política comercial protecionista
Donald Trump defende proteger o mercado norte-americano de produtos estrangeiros, contrariando outra tradição republicana, do livre comércio. Ele rejeita a Parceria Transpacífico (TPP), firmada entre EUA, Japão e dez países da América Latina, e pretende alterar ou rescindir, segundo os interesses dos Estados Unidos, o Nafta, acordo de livre comércio com Canadá e México.
Outra crítica recorrente é em relação à política de comércio da China, indicando que pode impor tarifas punitivas ao país asiático. O presidente eleito afirma que os acordos de livre comércio são responsáveis pelas perdas de emprego dos norte-americanos.
Substituir o Obamacare
Aliado com os políticos republicanos --que formam maioria no Congresso--, Trump já afirmou que pretende substituir o Obamacare, bandeira do atual presidente que dá acesso ao seguro de saúde a pessoas que não podiam financiar um plano privado. Trump prometeu implementar um sistema que seguirá os "princípios do livre mercado".
Redução ampla de impostos
Trump prometeu implementar um enorme corte de impostos, o maior em décadas, prevendo que os cidadãos americanos paguem imposto de renda a taxas de 10%, 20% e 25%, dependendo do rendimento total.
O plano foi apresentado como uma redução da carga fiscal tanto para cidadãos de baixa como de alta renda; americanos que ganham menos de US$ 25 mil por ano e casais com renda anual abaixo de US$ 50 mil não devem pagar impostos sobre seus rendimentos, enquanto a maior alíquota para pessoas com rendimentos elevados cairia dos atuais 40% para cerca de 25%.
Se Trump conseguir aprovação do Congresso para sua reforma tributária, mais da metade dos cerca de 120 milhões de domicílios americanos não terá que pagar imposto de renda a partir de 2017. As propostas de Trump incluem ainda redução no imposto corporativo dos EUA, dos atuais 25% para 15%, e abolição completa do imposto sobre herança. (Com Deutsche Welle e BBC Brasil)
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