Acordo cria "mecanismo para vigiar e garantir" cessar-fogo na Síria
Os patrocinados dos diálogos de paz de Astana, Rússia, Turquia e Irã, concordaram nesta terça-feira (24) com a criação de um mecanismo de aplicação e vigilância do cessar-fogo na Síria, depois de dois dias de negociações entre os rebeldes e emissários de Bashar Al Assad.
"Foi tomada a decisão de estabelecer um mecanismo para vigiar e garantir a completa aplicação do cessar-fogo e para evitar qualquer provocação", disse o ministro cazaque das Relações Exteriores, Kairat Abdrajmanov, lendo a declaração dos participantes do encontro.
O mecanismo responde aos desejos do enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, e é apoiado pelos rebeldes, que esperam um congelamento das operações militres, principalmente em Wadi Barada, uma zona-chave para o abastecimento de água de Damasco, onde os combates prosseguiam na madrugada de segunda.
Entre as resoluções também está a intenção dos países de distinguir com clareza os opositores armados ao governo sírio e os terroristas --nesse caso, citando nominalmente o Estado Islâmico e a Frente Al-Nusra, ex-braço sírio da Al-Qaeda). Os três países afirmaram estar a favor da participação dos rebeldes sírios nos próximos diálogos de paz, programados para 8 de fevereiro, em Genebra, patrocinados pela ONU.
Rússia, Irã e Turquia também concordaram que não há "solução militar" na Síria e que apenas um processo político pode resolver o conflito, reafirmando o "compromisso com a soberania, independência, unidade e integridade territorial da República Árabe da Síria, como um Estado multi-étnico, multirreligioso, não sectário e democrático".
As três potências também informaram que apoiam a nova rodada de conversas de 8 de fevereiro em Genebra entre os dois lados em conflito no país árabe, patrocinada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Delegações do governo sírio e da oposição estão realizando conversas indiretas na capital do Cazaquistão, Astana, pelo segundo dia no momento em que a Turquia, que apoia os rebeldes, e a Rússia, que defende o presidente sírio, Bashar al Assad, procuram se desvencilhar dos combates.
Russos e turcos formaram uma aliança de ocasião que alguns acreditam representar a melhor chance de avanço rumo a um acordo de paz, especialmente agora que os Estados Unidos estão ocupados com assuntos internos.
Desde o início do conflito, em 2011, mais de 310.000 pessoas morreram na Síria e mais da metade da população foi deslocada.
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