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Radiação em reator de Fukushima seria capaz de matar uma pessoa em questão de minutos

O robô de controle remoto dentro do reator 2 de Fukushima, no Japão - Tepco/AP
O robô de controle remoto dentro do reator 2 de Fukushima, no Japão Imagem: Tepco/AP

Do UOL, em São Paulo

19/02/2017 18h02

A operadora da usina nuclear de Fukushima divulgou neste fim de semana novas imagens do robô que conseguiu introduzir no reator número 2, onde foram detectados níveis extremamente altos de radiação que obrigaram a retirada do aparelho.

O robô, operado por técnicos da Tokyo Electric Power Company (Tepco), entrou na quinta-feira no interior do tanque de contenção do reator após uma anterior tentativa fracassada, com a missão de analisar o estado das instalações e de separar obstáculos para continuar a exploração com outro autômato.

No entanto, os operários tiveram de retirar o aparelho antes de cobrir toda a zona prevista devido aos altíssimos níveis de radiação.

Segundo comunicado da Tepco, o robô enviou dados que mostram que a cerca de três metros da entrada do compartimento de pressão, o nível de radiação no ar era de 210 sieverts por hora -- um nível em que uma pessoa pode morrer mesmo após uma breve exposição -- e a temperatura era de 16,5ºC.

Na pesquisa preparatória, um nível extraordinário de radiação -- de 650 sieverts por hora -- foi detectado no reator 2. 

Estes níveis "parecem ser maiores do que o esperado", segundo a Tepco, que acrescentou que é necessário "continuar com as investigações" para determinar se a origem da radiação é, como se suspeita, a presença de combustível fundido no fundo do tanque de contenção.

A empresa explicou que trata-se de um nível muito elevado por ter sido medido pela primeira vez muito perto do núcleo do reator, e recalcou que no exterior do mesmo, os níveis de radiação não variaram e nem foram detectados novos vazamentos.

Uma dose de um só sievert por dia pode causar danos graves na saúde humana e até a morte, por isso que os níveis estimados nesse ponto do interior das instalações nucleares impossibilitam o acesso de operários humanos.

Os reatores 1, 2 e 3 sofreram fusões parciais de seus núcleos por causa do desastre que originou o terremoto e o tsunami de março de 2011, e conhecer o estado exato das barras de combustível radioativo é fundamental para seu manejo e retirada.

No caso da unidade 2, os técnicos da Tepco acreditam que o combustível se fundiu o suficiente para perfurar o tanque de pressão e acumular no fundo da de contenção.

A Tepco deve realizar mais análise e introduzir outro robô para continuar com a avaliação do local em breve.

Os altos níveis de radiação nas instalações dificultarão a retirada das barras de combustível do reator, um dos passos necessários para seu desmantelamento, que calcula-se que durará entre 30 e 40 anos.

A crise atômica de Fukushima, desencadeada pelo terremoto e posterior tsunami que castigaram o nordeste do arquipélago japonês, foi o pior acidente nuclear desde o de Chernobyl em 1986. 

Imagens captadas por robô mostram interior de reator em Fukushima

Efe