Deslizamentos de terra matam mais de 200 na Colômbia
Subiu para mais de 200 o número de mortos em um deslizamento de terra no sul da Colômbia, que também deixou centenas de feridos e desaparecidos, informou neste sábado (1º) a Cruz Vermelha Colombiana (CRC).
"O último balanço é de 206 pessoas mortas, 202 feridos, 220 desaparecidos, 300 famílias afetadas, 17 bairros com danos maiores e 25 casas totalmente destruídas", disse à AFP César Urueña, diretor de Socorro da CRC, sobre a tragédia ocorrida na noite de sexta-feira no município de Mocoa.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, declarou estado de calamidade na cidade de Mocoa, capital do departamento do Putumayo.
Mocoa, um município de 40.000 habitantes, está sem energia elétrica e água. As imagens divulgadas pelos socorristas são impactantes: ruas cobertas de terra, soldados carregando crianças, pessoas chorando, veículos destruídos e lixo nas ruas.
"Há muita gente nas ruas, muita gente prejudicada, muitas casas destruídas", descreveu à AFP por telefone Hernando Rodríguez, um aposentado de 69 anos.
Segundo este morador de Mocoa, "as pessoas não sabem o que fazer", porque "não havia preparação" para uma catástrofe assim.
"Apenas não estamos nos dando conta do que aconteceu", acrescentou.
"Vamos fazer um plano de ação com o médico Carlos Ivan Márquez (diretor-geral da União Nacional para a Gestão do Risco de Desastres, UNGRD), com o governo e todas as instituições que estão aqui presentes", disse Santos ao chegar a Mocoa para ver a situação pessoalmente.
A tragédia começou na noite de sexta-feira, quando uma forte chuva aumentou o nível dos rios Mocoa, Sangoyaco e Mulatos, cujos transbordamentos provocaram uma avalanche de água e pedras que levou tudo o que encontrou pelo caminho.
Ao ser informado, Santos viajou a Mocoa para supervisionar os trabalhos de resgate que estão a cargo das unidades militares nessa região.
Com a declaração do estado de calamidade será possível "atender da melhor forma possível esta situação", disse.
"Vamos fazer um plano de ação e iniciar todo o processo de ajuda humanitária, vamos atender os feridos, iniciar todo o processo fúnebre para atender a todas as pessoas falecidas e vamos também começar a restabelecer os serviços que foram suspensos", destacou Santos.
A governadora de Putumayo, Sorrel Aroca, assinalou que se trata de uma tragédia sem precedentes. "Há centenas de famílias que ainda não encontramos, bairros desaparecidos", disse à W Radio.
Autoridades criaram uma sala de crises com a presença de autoridades locais, e mais de 100 pessoas, entre soldados, policiais e membros de órgãos de socorro, trabalham nas buscas por desaparecidos e na remoção dos destroços", disse Márquez.
A tragédia é de "grande dimensão", afirmou à AFP o diretor-geral de Emergência da Cruz Vermelha colombiana, César Urueña, ao reportar a "velocidade impressionante" com que aumenta o balanço de mortos e feridos.
"À noite, choveu 13 centímetros, comumente em um mês aqui chove 40 centímetros. O que isso quer dizer? Que 30% da chuva de um mês ocorreu nesta noite, e isso precipitou uma súbita cheia de vários rios [...] e isso causou uma avalanche", declarou Santos.
Urueña explicou que o afluente do rio se misturou com a terra e os "materiais" das ruas, como resíduos e lixo, e provocou o desastre.
A "onda de inverno" na América do Sul não afetou somente a Colômbia. O Peru vem enfrentando desde o início do ano chuvas e deslizamentos de terra que até o momento deixaram 101 mortos e mais de um milhão de afetados.
"Situação dramática"
"É uma tragédia sem precedentes, [há] centenas de famílias que ainda não encontramos, bairros desaparecidos", disse a governadora de Puntamayo, Sorrel Aroca, à W Radio.
As águas carregaram diversas casas, postes de eletricidade, veículos, árvores, e destruíram pelo menos duas pontes, acrescentou o Exército, cujos soldados apoiam os trabalhos de resgate e socorro.
"A situação de Mocoa é dramática. Pedimos a solidariedade de toda Colômbia", escreveu no Twitter o vice-ministro do Interior, Guillermo Rivera.
Segundo a Unidade Nacional para a Gestão do Risco de Desastres (UNGRD), há 300 famílias afetadas.
Uma sala de crise com autoridades locais, soldados, policiais e membros de organismos de socorro trabalha na busca de desaparecidos e na remoção do material, apontou à AFP Carlos Iván Márquez, diretor da UNGRD.
A entidade indicou em um comunicado que está mobilizando para o local mais de sete toneladas de equipamentos para o fornecimento de água, eletricidade e atendimento pré-hospitalar.
Um milhão de pessoas estão ajudando nos trabalhos de resgate.
Em nota, o governo brasileiro manifestou "profundo pesar pelas perdas humanas e materiais" provocadas pelas fortes chuvas na Colômbia e expressou sua solidariedade. (Com agências internacionais)
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