Motorista que lançou van contra multidão em Barcelona está foragido; EI assume ataque
Autoridades espanholas confirmaram nesta quinta-feira (17) que o autor do atentado contra dezenas de pessoas no centro de Barcelona, na Espanha, está foragido. A polícia prendeu dois suspeitos, mas afirmou que nenhum deles dirigia o veículo. Pelo menos 13 pessoas morreram e mais de 119 ficaram feridas, 15 delas em estado gravíssimo, no atropelamento nas Ramblas, área turística famosa da cidade.
O incidente ocorreu por volta das 17h (horário local). Uma van branca avançou cerca de 500 metros sobre um calçadão com o veículo e depois fugiu a pé, disseram testemunhas. Segundo a polícia, o motorista desceu do veículo sem fazer qualquer manifestação ou grito e deixou o local supostamente desarmado. Entre os detidos estão um cidadão marroquino e outro do enclave espanhol de Melilla.
Autoridades encontraram um segundo furgão branco em Vic, na região de Barcelona. Autoridades confirmaram ainda que a explosão de uma casa na madrugada desta quinta em Alcanar, nos arredores de Barcelona, em que uma pessoa morreu e sete pessoas ficaram feridas, tem ligação com o ataque.
O furgão branco usado no atentado teria sido alugado por Driss Oukabir, que está preso. Porém, segundo a imprensa catalã, um homem apresentou-se aos policiais afirmando que seria Driss Oukabir e seus documentos teriam sido roubados. Ele seria um cidadão francês e mora na Catalunha.
O grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou o atentado através de um comunicado divulgado por sua agência de propaganda, Amaq, e retransmitido pelo centro americano de vigilância dos sites extremistas, SITE. Os autores "do ataque de Barcelona eram soldados do Estado Islâmico", diz o comunicado, apontando que "a operação foi realizada em resposta aos pedidos de alvejar os Estados da coalizão" internacional anti-extremista que atua na Síria e no Iraque.
Área isolada
A região em torno de Las Ramblas foi isolada pela polícia, que pediu às pessoas para evitarem a área. As estações de metrô foram fechadas nas imediações. O incidente espalhou o pânico entre as pessoas que transitavam pela área, com várias delas procurando abrigo em estabelecimentos do comércio da área, uma das mais transitadas e turísticas da capital catalã.
A polícia pediu aos moradores que ficassem em casa e que evitassem deslocamentos desnecessários. A cidade, que é normalmente cheia no verão europeu, estava deserta durante a noite.
Testemunhas disseram que a van acelerou em zigue-zague. "Ouvi gritos e uma batida e então só vi a multidão correndo e essa van passando pelo meio das Ramblas, e soube imediatamente que era um ataque terrorista ou algo do tipo", disse a testemunha Tom Gueller à emissora britânica BBC. "Não estava reduzindo. Estava simplesmente indo em frente pelo meio da multidão no meio das
Imagens de telefones celulares divulgadas no Twitter mostraram vários corpos estendidos pelas Ramblas, alguns sem movimento. Equipes de socorro e transeuntes estavam ajudando algumas vítimas.
"Vimos uma van branca atropelar as pessoas. Vimos pessoas voando por causa da batida, também vimos três ciclistas voando", disse Ellen Vercamm, de férias em Barcelona, ao jornal El País.
Las Ramblas é uma avenida de 1,2 quilômetros que atravessa o centro de Barcelona, desde a Praça da Catalunha até o monumento a Cristóvão Colombo, de frente para o mar. É a avenida mais popular de Barcelona, lugar onde historicamente a cidade comemora os triunfos do Barça. A via atravessa o coração da cidade e em seu entorno estão a sede dos poderes políticos, o governo catalão e o da cidade, espiritual, com a catedral e a grande igreja de Santa María del Mar, e financeiro, com as sedes do La Caixa ou da medieval Llotja del Mar, no final do passeio, perto do mar. Ela é dividida em cinco seções: Rambla de Canaletas, dos Estudos, de las Flores, dos Capuchinos (com a Boquería e o Liceu), e de Santa Mónica, desembocando ao mar
A Espanha foi o alvo do pior atentado extremista na Europa em março de 2004, quando uma dezena de bombas explodiram nos trens nos arredores de Madri, deixando 191 mortos. Os ataques foram reivindicados por uma célula islamita radical em nome da Al-Qaeda.
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