Referendo começa tenso, mas governo catalão diz que 73% dos locais de votação estão abertos
Convocado para as 9h (4h da madrugada em Brasília) deste domingo (1º), o referendo sobre a independência da Catalunha começou de forma tensa em alguns locais de votação.
Em um centro desportivo no município de Sant Julia de Ramis, na província de Girona, onde o presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont, votaria ainda pela manhã, homens da Guarda Civil Espanhola retiraram à força, um a um, os separatistas que faziam um cordão humano na porta principal para impedir a ação da polícia.
Depois da retirada das pessoas, que não revidaram, os guardas quebraram as portas de vidro e invadiram o local para recolher urnas e outros materiais de votação. Antes mesmo das 9h, ao menos outras 15 estações de votação foram fechadas, segundo o jornal "El País".
De qualquer forma, em várias outras localidades, como em Barcelona, capital catalã, a votação corre normalmente. O presidente regional conseguiu votar ainda na parte da manhã na cidade de Cornella de Terri e, segundo um porta-voz do governo regional, 73% das mesas estavam funcionando por volta das 11h locais.
Centenas de pessoas passaram a noite de sábado e a madrugada deste domingo acampadas dentro e fora de escolas para garantir que estas pudessem ser usadas na consulta. Mais de 5,3 milhões de catalães foram chamados a participar.
Nos últimos dias, o governo espanhol enviou para a região mais de 10 mil agentes das forças de segurança, apreendeu milhões de cédulas de voto e 45 mil notificações que convocavam membros das mesas eleitorais.
As autoridades dizem que governos locais não podem convocar referendos para tratar de questões de soberania - o que caberia apenas ao governo central. O Tribunal Constitucional considera que a iniciativa é ilegal.
As pesquisas de opinião mostram que os catalães estão divididos sobre a independência: 41,1% são favoráveis e 49,4%, contrários, segundo a última consulta do governo catalão, publicada em julho. Mas a pesquisa informa ainda que mais de 70% da população querem que a questão seja decidida em um referendo legal.
No sábado, milhares de pessoas protestaram em várias cidades da Espanha tanto contra como a favor do referendo. (Com agências internacionais)
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