O que se sabe sobre o arsenal nuclear que ainda ameaça o mundo
Cerca de 15 mil armas nucleares ainda ameaçam o mundo, segundo a "Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares" (Ican, na sigla em inglês), que ganhou o Prêmio Nobel da Paz 2017 nesta sexta-feira (6) em Oslo, na Noruega.
Cerca de 4.150 estão atualmente implantadas e prontas para serem usadas; 5.300 estão armazenadas em estoque; 5.500, dos arsenais russos e norte-americano, estão aguardando para serem desmontadas, mas permanecem intactas.
A escolha do Comitê do Nobel equivale a um alerta para os nove países que possuem arsenal nuclear no mundo. Apesar de a Ican, parceira de 468 organizações em 101 países, ter conseguido promover o Tratado de Proibição de Armas Nucleares --assinado por 122 países na ONU, em julho--, ele não foi ratificado pelas nove nações que possuem arsenal nuclear (EUA, Rússia, França, Reino Unido, China, Paquistão, Índia, Israel e Coreia do Norte).
A ameaça nuclear nasceu na Segunda Guerra Mundial e assustou o mundo quando duas bombas lançadas pelos Estados Unidos foram jogadas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945, matando cerca de 200 mil pessoas.
Desde então, nenhum país voltou a fazer uso de uma arma nuclear, mas a Guerra Fria acelerou o desenvolvimento delas, muito mais potentes do que as que devastaram Hiroshima e Nagasaki. Estados Unidos e União Soviética foram os principais desenvolvedores desse tipo de arma, e ainda hoje os governos norte-americano e russo são donos de 92% do arsenal mundial. O estoque atingiu seu auge em 1986, quando havia 70.300 armas nucleares no mundo, a grande maioria das duas potências.
A grande preocupação mundial, no entanto, é relacionada ao potencial nuclear da Coreia do Norte, ainda desconhecido. O regime de Kim Jong-un já realizou seis testes nucleares, o último deles em setembro deste ano --e que, segundo especialistas, pode ter sido realizado com uma bomba de hidrogênio, de potencial ainda mais destruidor. Os testes acenderam o sinal vermelho para os Estados Unidos, principal antagonista do regime norte-coreano.
O Irã é um caso particular. Suspeito pela comunidade internacional de procurar desenvolver a arma atômica na década de 2000, Teerã concluiu em julho de 2015 um acordo com as principais potências que garante a natureza civil de seu programa nuclear, em troca de um levantamento progressivo das sanções internacionais. O presidente Donald Trump, no entanto, ameaça não certificar o acordo perante o Congresso americano.
Veja os detalhes do arsenal nuclear dos nove países:
Rússia
Total de armas nucleares: 7.000
Armas nucleares operacionais: 4.300
Testes nucleares: 715, entre agosto de 1949 e outubro de 1990
EUA
Total de armas nucleares: 6.800
Armas nucleares operacionais: 4.000
Testes nucleares: 1.030, entre julho de 1945 e setembro de 1992
França
Total de armas nucleares: 300
Armas nucleares operacionais: 300
Testes nucleares: 210, entre fevereiro de 1960 e janeiro de 1996
China
Total de armas nucleares: 270
Armas nucleares operacionais: 270
Testes nucleares: 45, entre outubro de 1964 e julho de 1996
Reino Unido
Total de armas nucleares: 215
Armas nucleares operacionais: 215
Testes nucleares: 45, entre outubro de 1952 e novembro de 1991
Paquistão
Total de armas nucleares: 130
Armas nucleares operacionais: 130
Testes nucleares: 2, em maio de 1998
Índia
Total de armas nucleares: 120
Armas nucleares operacionais: 120
Testes nucleares: 3, entre maio de 1974 e maio de 1998
Israel
Total de armas nucleares: 80
Armas nucleares operacionais: 80
Testes nucleares: desconhecido (nenhum teste foi confirmado)
Coreia do Norte
Total de armas nucleares: desconhecido
Armas nucleares operacionais: desconhecido
Testes nucleares: 6, entre outubro de 2006 e setembro de 2017
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.