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Entrada de água causou curto-circuito e princípio de incêndio em submarino, diz Marinha argentina

Como um avião consegue detectar um submarino debaixo do mar?

UOL Notícias

Do UOL, em São Paulo

27/11/2017 18h47

Nesta segunda-feira (27), o porta-voz da Marinha argentina, Enrique Balbi, afirmou que o submarino desaparecido relatou "entrada de água pelo snorkel" --o sistema de ventilação da embarcação--, que teria provocado um curto-circuito em uma bandeja de baterias de proa e causado um princípio de incêndio, "o que para nós é fumaça sem fogo".

Os detalhes sobre a pane reportada na última comunicação do submarino, em 15 de novembro, foram divulgados no 12º dia de buscas no Atlântico Sul. 

O sistema do snorkel é responsável pela troca de oxigênio quando a embarcação emerge. O curto-circuito ocorreu enquanto as baterias estavam recarregando. Segundo Balbi, o comandante do submarino informou que o problema foi corrigido. A bateria teria sido "eletricamente isolada", e o submarino seguiu seu trajeto até a base em Mar del Plata, impulsionado pelo "circuito de popa", explicou Balbi.

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"Pode ter havido um incêndio ou um arco elétrico [descarga similar a uma chama ou fagulha instantânea]" dentro do submarino, o que poderia ter causado uma implosão, disse Balbi. Um ruído semelhante ao de uma implosão submarina foi detectado pelo sistema de monitoramento de testes nucleares.

O porta-voz ainda negou a hipótese de que a embarcação tenha explodido por armamento, uma vez que "não levava mísseis". Também não se registrou a presença de minas na zona de buscas. Segundo Balbi, "nessa profundidade, uma mina apoiada no fundo [do mar] não poderia chegar a produzir uma detonação"

O ARA San Juan navegava de Ushuaia, no extremo sul da Argentina, rumo ao seu posto na base naval de Mar del Plata, 400 quilômetros ao sul de Buenos Aires, com 44 tripulantes.

A Marinha não descarta a possibilidade de sobrevivência em "situação extrema". No entanto, o possível esgotamento do oxigênio dentro do submarino é um fator crítico nas buscas, uma vez que as reservas disponíveis na nave – sem ter subido à superfície desde o sumiço do submarino – poderiam ser suficientes para sete dias em média, dependendo da situação.

Buscas na zona da explosão

As expectativas agora se concentram na chegada à zona de operações de um mini-submarino americano e de um veículo submergível russo que pode descer até mil metros de profundidade no mar.

Enquanto isso, barcos e aviões continuam a rastrear, com sondas multiuso, a área onde se detectou uma explosão em 15 de novembro, poucas horas depois da última comunicação do submarino com a base e próximo à sua última posição conhecida.

Veículos aéreos, navais e logísticos argentinos e de outros 13 países participam das buscas, entre eles Estados Unidos, Rússia e Reino Unido. A Marinha destacou que está sendo realizada uma varredura do fundo do mar em uma área com um raio de 36 quilômetros, coincidente com a região onde se detectou a explosão.

Ao todo, 14 embarcações refazem a possível trajetória do submarino. Seis delas estão realizando uma "varredura lenta" da zona no interior do raio cujo centro é o local do registro da explosão. (Com DW)