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Trump ameaça cortar ajuda de quem votar na ONU contra Estados Unidos

DOUG MILLS/NYT
Imagem: DOUG MILLS/NYT

Do UOL, em São Paulo

20/12/2017 17h48

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma ameaça aos países que votem na ONU uma resolução condenando o reconhecimento por Washington de Jerusalém como a capital de Israel.

 A Assembleia Geral da ONU se reunirá na quinta (21) para votar uma resolução contra a decisão dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.

A sessão especial, solicitada pelos países árabes, acontece depois Washington ter vetado na última segunda-feira uma resolução com esse tema no Conselho de Segurança.

Em declarações na Casa Branca, Trump denunciou "as nações que tomam o nosso dinheiro e votam contra nós no Conselho de Segurança e potencialmente votam contra nós na Assembleia Geral da ONU". "Tomam centenas de milhões de dólares e inclusive bilhões de dólares e depois votam contra nós. Bem, estaremos observando estes votos", ameaçou.

O projeto de resolução que será votada na reunião de 193 países não menciona a decisão de Trump, mas expressa "uma profunda preocupação sobre as recentes decisões acerca do estatuto de Jerusalém".

"Deixem que votem contra nós. Economizaremos um montão. Não nos importa", afirmou.

Palestinos entram em confronto com forças israelenses na Cisjordânia - Abbas Momani/ AFP - Abbas Momani/ AFP
Palestinos entram em confronto com forças israelenses na Cisjordânia
Imagem: Abbas Momani/ AFP

Tensão

No início do mês, Donald Trump reconheceu Jerusalém como capital israelense, rompendo décadas de consenso internacional, segundo o qual o status final da cidade deve ser estipulado em um processo de paz entre israelenses e palestinos.

Israel diz que Jerusalém é sua capital indivisível. O Estado judeu ocupou Jerusalém Oriental na Guerra dos Seis Dias de 1967 e a anexou, uma ação jamais reconhecida internacionalmente. Os palestinos querem Jerusalém Oriental como a capital do futuro Estado que almejam em territórios que Israel conquistou meio século atrás. 

A decisão de Donald Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel foi reprovada por grande parte da comunidade internacional. E deu início a uma série de protestos e confrontos quase diários no Oriente Médio.

(Com agências internacionais)