Trump corta assistência financeira ao Paquistão e coloca país em lista de vigilância
Os Estados Unidos suspenderam boa parte da ajuda financeira dada ao Paquistão, anunciou nesta quinta-feira (4) a porta-voz do Departamento de Estado da Casa Branca, Heather Nauert. A medida cumpre assim com ameaças feitas no começo da semana pelo presidente americano, Donald Trump, via Twitter.
Além disso, o Departamento de Estado colocou o país numa lista especial "de vigilância", por "violar severamente liberdades religiosas".
Segundo o "New York Times", a administração Trump já havia atrasado um repasse de US$ 255 milhões, esperando que Islamabad tomasse maiores providências em relação ao terrorismo. Há algum tempo, Trump vem acusando o país de fazer "vista grossa" a suspeitos abrigados em território paquistanês - o que tem azedado a relação entre os dois países até então aliados.
De acordo com Nauert, o corte é feito devido à frustração americana ante os esforços paquistaneses em acabar com o terrorismo. Nauert disse ainda que o congelamento não é permanente, nem total, limitando-se a recursos para apoio militar. Ela não forneceu uma estimativa da quantia financeira em questão, mas disse tratar-se de um valor significativo.
Desperdício de US$ 33 bilhões
Na segunda-feira (1º), o presidente norte-americano foi ao Twitter acusar o país islâmico de dar abrigo a terroristas do Afeganistão, desperdiçando assim os mais de US$ 33 bilhões doados pelo governo americano ao Paquistão nos últimos 15 anos.
Como reação, o governo paquistanês convocou o embaixador dos Estados Unidos no país para prestar esclarecimentos O primeiro-ministro do país, Shahid Khaqan Abbasi, também convocou uma reunião do Comitê de Segurança Nacional apenas para debater o tuíte, e ainda provocou Trump, sugerindo que contratasse uma auditoria americana para checar o uso do dinheiro doado.
Em 2016, o líder talibã Mullar Mansour foi morto por forças americanas em solo paquistanês. Cinco anos antes, o procurado extremista Osama bin Laden também foi encontrado e morto no país, por uma missão dos Estados Unidos. O Paquistão, por sua vez, nega qualquer apoio a terroristas.
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