Estudo aponta democracia em crise no mundo; "Falho", Brasil perde pontos
A democracia está em crise em todo o mundo, indica a décima edição do Índice de Democracia, publicado nesta quarta-feira (31) pela Economist Intelligence Unit. De acordo com a pesquisa, menos de 5% da população mundial vive atualmente em uma democracia plena. No Brasil, o índice não para de cair desde a publicação do primeiro estudo.
O estudo avalia 60 indicadores em cinco grandes categorias: processo eleitoral e pluralismo, funcionamento do governo, participação política, cultura política democrática e liberdades civis. A conclusão publicada este ano indica que, em 2017, quase um terço da humanidade vive sob domínio autoritário, com destaque para a China.
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A pontuação geral do Índice caiu de 5,52 para 5,48 em uma escala de pontuação máxima em 10. O Brasil situa-se em uma faixa que o classifica como uma “democracia falha”. O país fica atrás da Argentina (48º) e Chile (26º) ao ocupar a 49ª colocação entre 167 nações.
Quando o primeiro estudo foi publicado, o Brasil tinha 7.38 pontos, número que variou pouco até 2014, quando voltou a atingir esse patamar. No ano seguinte, o do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o Índice despencou para 6,96, caiu para 6,90 em 2016 e agora está em 6,86.
No geral, 89 países receberam notas mais baixas em 2017 do que no ano anterior. A Noruega continua a ser o mais democrático do ranking, posição ocupada desde 2010. A Europa ocidental responde por 14 das 19 "democracias completas" que compõem o topo do ranking.
Mesmo assim, a pontuação média da região caiu ligeiramente no ano passado, para uma média de 8,38 pontos. Contribuiu para isso, a tentativa do governo espanhol de parar à força o referendo de independência da Catalunha. Em Malta, o assassinato não resolvido de Daphne Caruana Galizia, uma blogueira anticorrupção, levantou dúvidas sobre o estado de direito.
A França, por sua vez, já é considerada uma "democracia falha" de acordo com o índice, apesar de seus eleitores rejeitaram um candidato de extrema-direita em uma eleição presidencial no ano passado.
Os Estados Unidos figuram em 21º lugar no ranking (7.98 pontos), mesmo nível que a Itália, considerada uma "democracia falha" pelo segundo ano consecutivo.
A grande surpresa no ranking de 2017 é a Gâmbia. Após 22 anos de governo de Yahya Jammeh, um ditador que reprimiu as liberdades políticas, o país desfrutou de sua primeira transferência de poder democrática no ano passado. Como resultado, seu índice de democracia melhorou de 2.91, classificado como um "regime autoritário", para 4.06, um "regime híbrido”, 30 posições acima.
Por outro lado, os declínios mais notáveis ocorreram na Indonésia, que caiu do 48º lugar para o 68º, e a Venezuela, cuja pontuação derrapou de 5.42 em 2006 para 3.87 no ano passado e ja considerado um "regime autoritário”.
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