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Um pai que se despede do filho: o retrato dos bombardeios do governo sírio em Ghouta

siria - Ghouta Media Center via AP - Ghouta Media Center via AP
Imagem de pai se despedindo de filho morto vira retrato dos bombardeios do governo sírio em Ghouta
Imagem: Ghouta Media Center via AP

Do UOL, em São Paulo

22/02/2018 08h12

Um pai diz o seu último adeus ao filho morto antes de os bombardeios recomeçarem na região síria de Ghouta. Em um vídeo compartilhado por moradores da região sob ataque das forças do governo sírio, o homem pega o corpo coberto de uma criança da carroceria de uma caminhonete e o carrega junto ao peito. Alguém diz que ele está se despedindo do filho. O pai então pega o corpo da criança e se afasta da câmera.

A imagem de luto representa o sentimento dos moradores da área sob comando rebelde, alvo de intensos ataques aéreos realizados por Bashar Assad. Em meio aos bombardeios, os sobreviventes enterram seus mortos. Com espaço limitado e o número de vítimas aumentando, as vítimas são sepultadas em valas comuns --camadas de corpos, separadas por uma madeira compensada, são empilhadas na vala.

Segundo a agência Associated Press, há seis corpos na caminhonete, enrolados em cobertores que, em meio à guerra, são importantes para os sobreviventes manterem-se aquecidos. Famílias estão queimando plásticos para abastecer os fogões no inverno sírio, já que um bloqueio impede a chegada de combustíveis e alimentos.

Ghouta Oriental, um distrito agrícola densamente povoado nos arredores de Damasco, é a última grande área próxima da capital ainda sob controle rebelde. Lar de 400 mil pessoas, a área está sendo assolada por forças do governo há anos.

A grande escalada nos bombardeios ocorre desde domingo, incluindo ataques aéreos, com foguetes e bombas-barril lançadas de helicópteros, se tornou uma das mais mortíferas da guerra civil da Síria, agora entrando em seu oitavo ano.

A Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou os bombardeios, que atingiram hospitais e outras partes da infraestrutura civil, dizendo que tais ataques podem ser crimes de guerra. (Com agências internacionais)