Manifestantes usam palco do G20 para protestar --e vender sanduíches
Milhares de pessoas participaram nesta sexta-feira (30) de uma manifestação contrária à reunião de líderes do G20 em Buenos Aires. Convocada pelo agrupamento Confluência Fora FMI e G20, a marcha faz parte das ações prevista para a chamada "Semana de Ação contra o G20 e o FMI".
Diversas associações de esquerda, políticos e movimentos sociais levaram suas bandeiras da avenida San Juan e Nove de Julho até as portas do Congresso Nacional, onde um forte operativo policial montado pelo governo da cidade estava a postos para evitar incidentes. A iniciativa foi bem-sucedida.
A capital argentina vive uma apreensão de que aconteçam episódios violentos, desde que torcedores do River Plate atacaram o ônibus da delegação do Boca Juniors e levaram ao cancelamento da final da Libertadores no país. O evento foi transferido para a Espanha para o próximo dia 9.
Brasileira protesta com o corpo
"Nós estamos lutando contra o fascismo e o avanço da direita no mundo. A gente está aqui lutando contra a falsidade desse encontro de direitas, que exploram toda a natureza, que exploram os trabalhadores e não deixam nada para o mundo", diz Iasmin Lima, manifestante brasileira que trazia o dorso nu, coberto apenas com uma pintura da bandeira do Brasil. Questionada pelo UOL sobre o porquê de usar o próprio corpo para se manifestar, ela respondeu: "Porque é meu corpo quem luta".
Idosos "contra o grande capital"
Não só de jovens é composto o contingente que tomou as ruas de Buenos Aires para protestar contra a reunião do G20. Um casal de idosos caminhou mais de 15 quadras do bairro de Montserrat até o Congresso Nacional para mostrar seu repúdio "contra o G20 e todo o tipo de neoliberalismo e submissão dos povos da América Latina ao grande capital", justificou a mulher.
Poder econômico responsável por tragédias
"Este é um evento anual, global, de suficiente envergadura. A maioria dos mandatários que representam os países com maior poder econômico são os grandes responsáveis pelas grandes tragédias que estão ocorrendo no mundo, não somente a fome como também as guerras, como na Palestina, na Síria, na Líbia, e todas as guerras que estão ocorrendo no mundo", diz Fernando Casares, que afirma não estar ligado a nenhuma associação política.
"Se Deus quiser, vamos vender tudo hoje"
Com o carro estacionado de maneira estratégica para fugir no caso de a manifestação pacífica se transformar em uma zona perigosa, o vendedor dos tradicionais "choripans" Alejandro Rodriguez diz que consegue comercializar uma média de 60 sanduíches por marcha. "Eu venho a todas as manifestações, já faz por vários anos. Se Deus quiser, vamos vender tudo hoje", completa.
"Tudo fechado; não se pode fazer nada"
Uma família de turistas italianos que chegou a Buenos Aires na última quarta-feira (28) conta ter sido pega de surpresa pelas consequências da realização do encontro do G20 na cidade. "Nós não conseguimos fazer nada hoje, está tudo fechado, o bairro de Recoleta, os museus, Puerto Madero. Não se pode fazer nada", explica Helen Kavalan, justificando o motivo de ter vindo fazer turismo no cenário previsto para as manifestações desta sexta.
Já para os brasileiros que vieram passear por Buenos Aires nesta semana, a cúpula do G20, que começa nesta sexta-feira (30), foi um banho de água fria. Alguns chegaram à capital argentina sabendo do evento e das interdições dentro das áreas mais turísticas da cidade.
Mas uma grande parte descobriu o encontro das maiores economias do mundo somente quando chegou ao país. Teve até quem descobriu o G20 pela reportagem do UOL, aproveitando para pedir informações e dicas do que fazer na cidade.
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