Topo

Bolsonaro diz que não convidar Cuba para posse foi um 'acerto'

Jair Bolsonaro recebe a visita do cubano Orlando Gutierrez - 20.dez.2018 - Reprodução/Twitter
Jair Bolsonaro recebe a visita do cubano Orlando Gutierrez Imagem: 20.dez.2018 - Reprodução/Twitter

Mirthyani Bezerra

Do UOL, em São Paulo

26/12/2018 13h58

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) rebateu por meio da sua conta no Twitter nesta quarta-feira (26) críticas feitas pelo jornal cubano "La Granma" em sua edição da véspera de Natal. A publicação diz que o cancelamento do convite à Cuba para a posse presidencial "honra" os cubanos, e que uma eventual presença mancharia a imagem do país.

"Resultaria degradante acompanhar em um ato protocolar uma pessoa que tem sido capaz de colocar a saúde de milhões de brasileiros em risco, ao provocar a saída dos médicos cubanos que cumpriam sua honrosa missão nos lugares de mais difícil acesso na geografia brasileira", diz o jornal (em tradução livre). 

Bolsonaro, por sua vez, afirmou que Cuba se alimentou de "bilhões de R$ de impostos dos brasileiros em nome do Foro de São Paulo e em detrimento de seus cidadãos". E completou: "Não convidar seu ditador para minha posse foi mais um de meus acertos".
 

O jornal diz ainda que seria completamente contra os princípios cubanos posar ao lado de alguém que se reuniu com o "contrarrevolucionário de origem cubana Orlando Gutiérrez-Boronat". Formado em filosofia de estudos internacionais, Boronat é cofundador e porta-voz do Diretório Democrático Cubano, fundado há 28 anos, que se trata de uma organização com base nos Estados Unidos que faz oposição ao regime implantado por Fidel Castro, em 1959. O cubano se reuniu com Bolsonaro na casa dele, na zona oeste do Rio de Janeiro, no dia 20 de dezembro

O texto faz piada com o fato de Bolsonaro ter pedido "uma Cuba livre". "Aqui cabe a pergunta se ele [Bolsonaro] se referia à bebida típica da ilha, elaborada com o melhor rum do mundo e refrigerante de cola, conhecida como 'Cuba libre'", e completa: "Brinde com outra bebida, Bolsonaro, que a Cuba libre é nossa". 

O Itamaraty desconvidou os presidentes de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e da Venezuela, Nicolás Maduro, para participar da posse de Bolsonaro no próximo dia 1º de janeiro, em Brasília, após receber orientação da equipe do futuro governo.

Também por meio do Twitter, canal por onde se pronuncia oficialmente, Bolsonaro disse no dia 16 de dezembro que "regimes que violam as liberdades de seus povos e atuam abertamente contra o futuro governo do Brasil por afinidade ideológica com o grupo derrotado nas eleições, não estarão na posse presidencial em 2019".

A Venezuela chegou a receber o convite do Itamaraty, divulgado também em redes sociais pelo ministro das Relações Exteriores e ex-vice-presidente da Venezuela, Jorge Arreaza.