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Roraima atende 9 venezuelanos feridos por arma de fogo na fronteira

Flávio Costa

Do UOL, em São Paulo

23/02/2019 16h16Atualizada em 27/02/2019 22h40

A Secretaria de Saúde de Roraima informou hoje que nove venezuelanos foram atendidos em um hospital de Boa Vista, todos com ferimentos de arma de fogo durante um confronto em uma localidade distante 70 quilômetros da fronteira com o Brasil.

Alem dos sete atendidos no início da tarde de ontem, outros dois pacientes deram entrada pela noite no HGR (Hospital Geral de Roraima). Um deles sofreu traumatismo craniano moderado, devido a um foco de sangramento evidenciado na tomografia de crânio. Ele está em observação no setor de Grande Trauma, com quadro estável.

O outro paciente teve um trauma de face leve, foi avaliado e já liberado pela equipe do HGR.

Do grupo de sete pacientes que foram atendidos pela tarde, dois estão estado em grave e os demais apresentam quadro estável. 

"Um deles está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Ele teve lesão no tórax por arma de fogo e no abdômen com múltiplas lesões no fígado e intestino", informa a nota do governo de Roraima. "O outro paciente grave está no Grande Trauma. Ele está sedado e respira com ajuda de aparelhos. O quadro de saúde é considerado grave."

Eles são parte dos mais de 15 feridos em um confronto entre indígenas e forças de segurança chavistas no lado venezuelano da fronteira com o Brasil. A fronteira entre os dois países está fechada desde ontem por ordens do ditador Nicolás Maduro. Um indígena morreu.

Como não há insumos para atendimento médico na cidade venezuelana da fronteira, Santa Elena do Uairén, a passagem foi aberta para duas ambulâncias que transportaram os feridos até Boa Vista. 

Fronteira fechada

A fronteira venezuelana em Pacaraima (RR) foi fechada na noite de quinta para impedir a entrada de ajuda humanitária solicitada pelo presidente interino, Juan Guaidó --Brasil e cerca de 50 países, incluindo os EUA, não reconhecem a legitimidade de Maduro como presidente, e consideram Guaidó, que é presidente da Assembleia Nacional, como mandatário interino.

Em declarações para a agência de notícias Associated Press, o prefeito de Gran Sabana, Emilio Gonzáles, afirmou que os soldados dispararam balas de borracha e gás lacrimogêneo, e não armas de fogo. Segundo autoridades, os mortos são da comunidade indígena Kumaracapay.

Desde que o Brasil começou, há poucos dias, a organizar o envio de ajuda humanitária em Pacaraima, soldados e tanques venezuelanos foram enviados para a região de fronteira.