Rumo à Venezuela, Guaidó diz que sua prisão seria último erro de Maduro
O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, disse hoje à noite que uma eventual prisão sua no retorno ao país seria o último erro de Nicolás Maduro, insinuando que o ato desencadearia reação internacional que derrubaria o ditador.
Falando pela internet a partir de uma localização não divulgada, Guaidó prometeu voltar à Venezuela na segunda-feira, não revelou qual trajeto fará e abordou uma possibilidade de ser "sequestrado" pelas forças leais a Maduro.
Se o regime se atrever a me sequestrar, será um dos últimos erros que vai cometer
Guaidó está fora da Venezuela desde o dia 22, quando já tinha contra si uma ordem judicial que proibia sua saída do país.
Para amanhã, Guaidó e seus aliados convocaram protestos em todo o país.
Em uma transmissão ao vivo pela internet, ele pediu que os venezuelanos convidassem "no boca a boca" o recado para sair às ruas na segunda-feira, em demonstração de apoio. Ele disse que os meios de comunicação do país estão censurados, mas afirmou que será possível driblar o regime por meio de whatsapp e redes sociais.
A transmissão que fez na noite do domingo (3), ao lado da mulher, chegou a ser acompanhada por quase 150 mil pessoas em momentos de pico. Ele falou em uma sala fechada com paredes brancas e a bandeira venezuelana ao fundo.
Guaidó parou de informar seu paradeiro publicamente desde o começo da tarde de hoje, quando informou via Twitter que estava embarcando em um avião no Equador, mas não disse o destino. Nos últimos dias, ele também passou por Colômbia, Brasil, Paraguai e Argentina.
"Transição é um fato", diz líder opositor
Ao longo de toda a transmissão, Guaidó não deu detalhes de seus próximos passos, mas insistiu que a oposição ao chavismo se mantenha unida e buscou mostrar força em contraposição a um governo Maduro supostamente frágil.
"A transição é um fato na Venezuela", afirmou o líder opositor.
Em outra declaração para mostrar a força da oposição, Guaidó disse que mais de 700 militares no estado venezuelano de Táchira, fronteiriço com a Colômbia, já apoiam a oposição.
O líder opositor também buscou minimizar a visita da vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, à Rússia, dizendo que os chavistas "nem foram recebidos" pelo governo.
No entanto, em encontro com Rodríguez, a vice-presidente do Senado russo, Valentina Matviyenko, disse que Moscou fará "o possível" para impedir uma intervenção militar dos EUA na Venezuela -- o que o governo Trump tem negado.
Em busca de um contraponto à aliança entre Maduro e o governo russo, Guaidó exaltou o fato de mais de 50 países, entre eles o Brasil, já terem o reconhecido como presidente interino.
Na transmissão, Guaidó citou nominalmente o Brasil, dizendo que o país que antes "usou a Odebrecht para mandar suborno" agora está do lado da Venezuela.
Na sexta (1º), o blogueiro do UOL Jamil Chade noticiou com exclusividade, com base em documentos, que a Odebrecht pagava subornos na Suíça para integrantes do governo de Hugo Chávez, falecido em 2013, em troca de contratos bilionários para obras na Venezuela.
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