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Escalada no Everest tem "congestionamento" e morte de cinco alpinistas

22.mai.2019 - Congestionamento de alpinistas no Monte Everest  - Project Possible/AFP
22.mai.2019 - Congestionamento de alpinistas no Monte Everest Imagem: Project Possible/AFP

Do UOL, em São Paulo*

24/05/2019 15h14

A subida até o topo do Monte Everest, o pico mais alto do planeta, está congestionada. Nesta semana, uma foto que mostra uma fila de cerca de 300 alpinistas chegando ao cume da montanha viralizou.

A imagem foi registrada na quarta-feira (22) e mostra o "congestionamento" de alpinistas em fila única que causou um atraso de cerca de três horas no processo de subida e descida do Everest.

Nirmal Purja, que fotografou a cena, estava entre os alpinistas que escalaram o pico na quarta-feira, apesar do engarrafamento.

Além de terem de aguardar a fila a mais de 8.800 metros de altura, os alpinistas que encaram os congestionamentos no Everest correm risco de morrer por causa da espera. Isso porque, quanto mais tempo passam na altitude, maior a probabilidade de congelamento e de esgotamento do oxigênio.

Nesta semana, cinco pessoas morreram por causa disso na montanha. Na quarta-feira, data da foto, o americano Donald Cash, de 54 anos, morreu após desmaiar no Everest, segundo a Pioneer Adventures, uma organização sediada em Katmandu que lidera expedições no pico.

A indiana Anjali Kulkarni, 54 anos, também morreu ao regressar do cume com o marido, segundo a Arun Treks and Expedition, que liderou a viagem.

"Devido ao enorme tráfego e ao atraso em poder retornar, ela não conseguiu manter sua energia", disse Phupden Sherpa, gerente do grupo de turismo.

Na quinta-feira (23), mais três pessoas morreram. O indiano Nihal Bagwan atingiu o topo do Everest pela manhã, mas morreu na descida.

"Ele ficou bloqueado no engarrafamento durante mais de 12 horas e estava esgotado. Os guias sherpa o trouxeram ao campo 4 e morreu no local", afirmou Keshav Paudel, da agência Peak Promotion.

Kalpana Dash, a primeira indiana a atingir o cume da montanha, em 2008, também morreu na descida. No mesmo dia, um suíço morreu ao descer pelo lado tibetano do Everest.

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Operadores disseram que a superlotação é resultado de um número recorde de licenças emitidas pelo Nepal em uma época muito procurada por alpinistas por causa do bom tempo.

Nivesh Karki, gerente da Pioneer Adventures, também atribuiu o congestionamento no cume da montanha ao bom tempo. As condições climáticas que mudam frequentemente fazem com que muitas vezes haja apenas uma pequena janela de tempo para escalar. Por isso, nos últimos dois dias, mais grupos do que o habitual escolheram avançar, em vez de esperar e correr o risco do clima rigoroso.

* Com informações do The New York Times