Mulher que matou filho a facadas diz que era torturada por noivo
Peter Chilvers, piloto de avião de 33 anos, foi condenado a 18 meses de cadeia na última quinta-feira após denúncias de seu relacionamento abusivo com a ex-noiva, Magdalena Lesicka, ex-comissária de bordo de 32 anos.
Ela, por sua vez, foi anteriormente condenada a 15 anos de cadeia por matar a facadas o filho do casal, James, de um ano e 11 meses. Segundo Lesicka, o comportamento do ex-noivo foi o motivo que a levou ao crime em agosto de 2017.
A ex-comissária foi testemunha do julgamento de Chilvers na cidade inglesa de Manchester. À corte, ela ofereceu um depoimento por escrito, pronunciando-se publicamente pela primeira vez a respeito do crime que a levou à cadeia.
"Sinto-me encerrando um capítulo da mais horrível experiência que já vivi, e agora tenho apenas minha memória para ajudar. Tenho poucas referências para explicar como as coisas deram tão errado", descreveu ela.
"O único argumento nessas considerações é que Peter Chilvers era um agressor e eu tive a infelicidade de iniciar um relacionamento com ele", acrescentou.
Entre os fatos descritos no julgamento, o piloto bateu a cabeça da então noiva contra a janela de um carro e arrancou os cabelos dela, forçando-a a comê-los. A lista inclui ainda agressões verbais e ameaças. Depois de uma violenta relação de sete anos, Chilvers afirmou que queria se separar e tentaria nos tribunais a custódia do filho, o que levou Lesicka a matá-lo.
"É difícil me ver como vítima, dado o resultado trágico. Eu sei que minha vida mudou para sempre e não há nada que eu possa fazer. Tenho o resto da minha vida para contemplar esses eventos e esta é uma perspectiva assustadora", lamentou ela no texto, indo além.
"Quando eu comecei um relacionamento com Peter Chilvers, eu não tinha ideia de que ele seria o monstro controlador que eu descobri que ele era. É importante que o público entenda o que o abuso de Peter Chilvers fez comigo. Isso me destruiu."
"Não tenho ideia de como ele conseguiu isso e provavelmente passarei o resto da minha vida tentando descobrir como ele transformou a pessoa confiante e ambiciosa que eu era no que sou agora. Ele me destruiu e acho quase impossível contemplar que deixei isso acontecer."
"Viver com Peter se tornou um exercício de pisar em ovos. A melhor maneira de descrever os últimos estágios do relacionamento é se tornar uma luta pelo poder."
"Tentei sair, mas ele não me deixou. Eu não tinha poder. Eu tentei me afastar pela segurança de James (o filho do casal) e pela minha. Eu falhei porque Peter não me libertaria."
"Eu falhei porque Peter tinha muito controle sobre mim. Perdi todo o meu respeito próprio. Meu único objetivo era sobreviver a outro dia. O comportamento de Peter tirou minha dignidade."
"Pouca coisa resta em minha vida. Não tenho mesmo a minha liberdade. Este é o meu fardo para carregar. Aceito na esperança de que algum dia eu possa seguir em frente."
"Estou sozinha agora, me sinto feia, inútil, indefesa, envergonhada, culpada e fraca. Peter foi responsável por fazer o que ele fez comigo. Estou realmente aterrorizada que ele faça isso com outra pessoa. Deixo a punição de Peter para o tribunal."
"É tarde demais para mim e para todos os afetados por seu abuso e controle. Espero que ele receba uma punição justa, mas mais importante, espero que ele entenda o que seu comportamento causou. Ele tirou tudo de mim, incluindo meu espírito", encerrou ela.
Ouça o podcast Ficha Criminal (https://noticias.uol.com.br/podcast/ficha-criminal/), com as histórias dos criminosos que marcaram época no Brasil.
Este e outros podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts, no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e outras plataformas de áudio.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.