Ataque dos EUA a general do Irã fere direitos humanos, diz relatora da ONU
O ataque dos Estados Unidos que matou o general da Força Revolucionária da Guarda Quds do Irã, Qasem Soleimani, violou os direitos humanos e não teve embasamento legal, afirmou hoje Agnès Callamard, relatora da ONU (Organização das Nações Unidas) para execuções extra-judiciais.
Agnès Callamard usou o Twitter para criticar a ofensiva dos EUA contra o país do Oriente Médio. Além do general Soleimani, o ataque também matou o chefe paramilitar iraquiano Abu Mehdi Al Muhandis.
"As mortes premeditadas de Qasem Soleiman e Abu Mahdi Al-Muhandis foram provavelmente ilegais e violam leis internacionais de direitos humanos. Além do contexto de hostilidade, o uso de drones ou outros meios para matar quase nunca são legais", disse Callamard.
De acordo com ela, sob a luz dos direitos humanos internacionais, o uso de força letal só pode ser justificado quando não houver outro meio de proteção contra uma ameaça iminente a vidas.
"Em outras palavras, quem matou esses dois homens precisaria demonstrar que eles constituíam uma ameaça iminente a outros. O envolvimento em ataques 'terroristas' no passado não é suficiente para fazer o ataque legal", escreveu no Twitter.
Após o ataque, o Pentágono disse que a operação teve como objetivo impedir futuros planos iranianos de ataques e proteger cidadãos norte-americanos no Oriente Médio.
Otan diz que monitora situação de perto
A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), da qual os EUA fazem parte, afirmou que está monitorando de perto a situação no Iraque, onde aconteceu o ataque.
"Nós permanecemos em constante contato com as autoridades dos EUA. A segurança do nosso pessoal no Iraque é prioridade. Continuamos a monitorar a situação e tomaremos todas as precauções necessárias", informou a Otan.
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