Aviação Civil iraniana nega que míssil tenha atingido avião ucraniano
As autoridades iranianas garantiram hoje ter certeza de que o Boeing ucraniano que caiu na quarta-feira perto de Teerã com 176 pessoas a bordo "não foi alcançado por um míssil".
Autoridades dos Estados Unidos e do Canadá disseram acreditar que o avião foi derrubado por um míssil disparado pelo Irã. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Vadym Prystaiko, disse que recebeu "dados importantes" sobre o acidente, mas não deu detalhes.
"Uma coisa é certa: este avião não foi alcançado por um míssil", declarou o presidente da CAO (Organização da Aviação Civil iraniana), Ali Abedzadeh, em entrevista coletiva em Teerã.
As caixas-pretas serão "abertas" hoje, informou a agência de notícias oficial Irna. Nenhuma informação adicional foi fornecida sobre quem vai examinar os dados das caixas-pretas, mas o chefe da Organização de Aviação Civil do Irã, Ali Abedzadeh, disse que prefere que o país lidere a operação a extração de dados.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, afirmou ter informações de que o avião civil foi abatido por um disparo de responsabilidade do Irã. O presidente dos Estados Unidos Donald Trump disse que "alguém pode ter cometido um erro", levantando mais suspeitas sobre o caso.
Já a Ucrânia tem tratado o caso com cautela. Em comunicado divulgado hoje, o presidente Volodymir Zelensky disse que a possibilidade de a aeronave ter sido derrubada por um míssil não está descartada, mas também não está confirmada. Horas depois, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Vadym Prystaiko, disse que recebeu "dados importantes" sobre o acidente após uma reunião entre Zelensky e autoridades americanas, sem dar detalhes.
"Recebemos dados importantes que serão processados por nossos especialistas", disse ele, acrescentando que haverá uma reunião com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, à tarde (horário local).
Um vídeo publicado ontem nas redes sociais mostra o momento em que o voo PS752 da Ukraine International Airlines teria sido atingido por um míssil. O jornal The New York Times divulgou as imagens e informa que elas são legítimas.
"Confirmamos que o avião esteve em chamas 60, ou 70 segundos (...), mas dizer que foi alcançado por algo não tem qualquer base científica", acrescentou Abedzadeh.
Irã acusa EUA de "grande mentira"
O Irã pediu hoje que os Estados Unidos aguardem os resultados da investigação do acidente e chamou de "grande mentira" as alegações de autoridades americanas de que mísseis tenham atingido o avião, informou a mídia estatal iraniana, citando um porta-voz do governo.
"Ninguém assumirá a responsabilidade por uma mentira tão grande uma vez que se sabe que a acusação foi fraudulenta", disse o porta-voz do governo Ali Rabiei em comunicado, segundo a estatal Press TV.
"É lamentável que a operação psicológica do governo dos EUA, e aqueles que o apoiam de maneira consciente e inconsciente, estejam aumentador a dor das famílias enlutadas propagando essas falácias", acrescentou.
Segundo ele, uma delegação da Ucrânia já está no Irã.
"Espero que EUA não cometam outro erro", diz Rouhani
O presidente do Irã, Hassam Rouhani, disse ontem esperar que os Estados Unidos "não comentam outro erro". A fala ocorreu durante telefonema entre ele e o e o vice-primeiro-ministro do Qatar Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, em que os dois discutiram ação militar e envolvimento dos EUA na região.
De acordo com comunicado do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Rouhani disse a Al-Thani que se os EUA responderem às recentes ações militares do Irã, eles receberão uma resposta maior e mais perigosa.
"Espero que os EUA, que se sabe sempre cometam erros políticos, não cometam outro", disse Rouhani.
* Com informações da AFP
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