The New York Times exibe vídeo que mostra avião explodindo em voo sobre Irã
Um vídeo publicado hoje nas redes sociais mostra o momento em que o voo PS752 da Ukraine International Airlines teria sido atingido por um míssil nos arredores de Teerã, no Irã. O jornal The New York Times divulgou as imagens e informa que elas são legítimas.
A gravação mostra um clarão no avião, que não explode totalmente. A aeronave seguiu no céu por alguns minutos, tentando retornar ao aeroporto na capital iraniana.
"Uma pequena explosão ocorreu quando um míssil atingiu o avião, mas o avião não explodiu, segundo o vídeo. O jato continuou voando por vários minutos e tomou o rumo de volta para o aeroporto, segundo apurou o Times. O avião voou em chamas rumo ao aeroporto antes de explodir e cair rapidamente, conforme mostrado por outros vídeos verificados pelo The Times", descreveu o diário.
Autoridades dos Estados Unidos e do Canadá acreditam que o avião foi derrubado por um míssil disparado pelo Irã. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, afirmou ter informações de que o avião civil foi abatido por um disparo de responsabilidade do Irã. Já o presidente norte-americano Donald Trump afirmou hoje que "alguém pode ter cometido um erro", levantando mais suspeitas sobre o caso.
Já o chefe da Organização de Aviação Civil do Irã, Ali Abedzadeh, chamou de "rumores ilógicos" a alegação de que o avião teria sido atingido por um míssil. "Cientificamente, é impossível que um míssil atinja o avião ucraniano", disse, segundo a agência Isna.
176 mortos
O voo PS752 da Ukraine International Airlines decolou às 6h10 de quarta-feira (23h40 de terça-feira no horário de Brasília) do aeroporto Imã Khomeini, em Teerã, com destino ao aeroporto Boryspyl de Kiev. O Boeing 737 transportava 176 pessoas: 82 iranianos, 63 canadenses, dez suecos, quatro afegãos e três britânicos. Outros 11 eram ucranianos, incluindo os nove tripulantes. Ao menos trinta vítimas eram da região de Edmonton, Canadá, que acolhe uma importante diáspora iraniana.
Segundo a lista de passageiros, pelo menos 25 tinham menos de 18 anos. Treze deles eram estudantes da Universidade Sharif, em Teerã, uma das mais prestigiadas do país, segundo a agência Isna.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, pediu uma "investigação profunda". Já o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, interrompeu suas férias em Omã para retornar à Kiev, ordenou uma investigação e anunciou a inspeção de "toda frota aérea civil ucraniana", independentemente da causa do acidente.
Tensão entre EUA e Irã
O acidente com o avião da Ukraine International Airlines ocorre em um momento em que o Oriente Médio atravessa um sério período de tensão com os Estados Unidos e logo após Teerã disparar mísseis contra as forças americanas no Iraque, em retaliação ao assassinato do general iraniano Qassim Suleimani. No entanto, até o momento, nada indica que esses eventos estejam relacionados. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, advertiu para o risco de qualquer "especulação".
O aiatolá Ali Khamenei, o guia supremo iraniano, transmitiu no Twitter suas "sinceras condolências" às famílias das vítimas deste acidente "desastroso". A embaixada ucraniana no Irã emitiu um comunicado no qual menciona uma "pane em um motor da aeronave, devido a razões técnicas", e dizendo excluir "a tese de um ataque terrorista".
Imagens amadoras veiculadas pela mídia estatal iraniana mostram o Boeing em chamas perdendo altitude e explodindo com o impacto no solo. Especialistas em aviação descartam a possibilidade de que o aparelho tenha sido abatido. "O avião estava subindo (...) na direção certa, o que significa que algo catastrófico aconteceu", mas não "uma bomba, ou pane catastrófica", observou Stephen Wright, professor da Universidade de Tempere, na Finlândia.
Sem citar o Irã diretamente, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, pediu uma "cooperação total com toda a investigação e as causas" do acidente. A Boeing também indicou que está "disposta a ajudar por todos os meios necessários".
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