Diretor de prisão e mais 30 são detidos após fuga do PCC no Paraguai
Resumo da notícia
- Promotoras pediram a prisão do diretor e de carcerários da prisão no Paraguai
- Ao todo, a Promotoria quer 31 presos para poder interrogá-los sobre a fuga em massa
- Ministro do Interior afirma ser "evidente" que não houve uma fuga, mas uma liberação
O diretor do presídio de Pedro Juan Caballero e outros 30 agentes carcerários —de diferentes níveis hierárquicos— estão detidos e vão prestar esclarecimentos ao Ministério Público da República do Paraguai hoje. Eles são suspeitos de terem facilitado a fuga de 75 integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), na madrugada de ontem.
Ontem, o governo paraguaio já havia anunciado os afastamentos de Joaquín González, diretor-geral de estabelecimentos penitenciários; Matías Vargas, chefe da Segurança; Cristian González, diretor da prisão, além de cinco agentes penitenciários.
Três promotoras estão à frente das investigações pelo MP paraguaio: Reinalda Palácios, Irene Álvarez e Fabiola Molas. Elas foram, na tarde de ontem, ao presídio fazer vistoria. Após a vistoria, elas pediram a detenção dos 31 para esclarecimentos, segundo informou o MP ao UOL.
"Com a autorização judicial e acompanhamento das juízas de execução Dalmi Gómez e a juíza de sentença Carmen Silva, foram apreendidos celulares para cruzamento de chamadas e análise de informações, tanto das pessoas detidas como de aparelhos celulares encontrados em um escritório invadido", informou a Promotoria, em nota.
A juíza de execução ordenou, de forma provisória, que os outros 81 presos do pavilhão que não fugiram fiquem num pavilhão contíguo. Os procedimentos do MP foram realizados em conjunto com a Polícia Nacional.
O ministro do Interior, Euclides Acevedo, afirmou que Brasil e Paraguai estão trabalhando juntos para tentar recapturar os 75 criminosos. Para ele, houve claro envolvimento dos agentes penitenciários.
"Estamos trabalhando com a hipótese de que houve uma liberação de presos. A cumplicidade pessoal dos agentes não é só verossímil, como é quase evidente", afirmou.
Ministra colocou o cargo à disposição
Ontem, a ministra da Justiça do Paraguai, Cecilia Pérez, colocou seu cargo à disposição do presidente, Mario Abdo Benítez, o que não foi acatado de início.
"A responsabilidade política deste ministério é minha. E eu trabalho e devo ao presidente, à sociedade e opinião pública. O presidente tomará a decisão que tiver de tomar", informou a ministra, por meio de nota.
A ministra disse, no entanto, que o presidente determinou que ela siga trabalhando para reverter a situação, considerada pelo governo como grave, para que "se determinem as responsabilizações e que sejam processadas as pessoas envolvidas".
Fuga de membros do PCC
Na madrugada de ontem, 75 homens presos em Pedro Juan Caballero, acusados de integrar ou colaborar com o PCC, fugiram através de um túnel cavado. Apenas um deles, que seria o 76º a fugir, foi detido. Segundo o Ministério da Justiça, dos 75 fugitivos, 40 são brasileiros.
O ministro do Interior, Euclides Aceved, afirma, desde ontem, que houve, possivelmente, auxílio de agentes penitenciários para a fuga. O ministro afirmou que o túnel pode ter sido apenas uma fachada para ocultar um possível auxílio. Entre a saída do túnel cavado e uma guarita, há distância de apenas 25 m. Outra guarita está a 70 m do local.
Em dezembro do ano passado, o governo paraguaio havia identificado um suposto plano de fuga de membros do PCC no presídio da cidade. A suspeita é de que a facção brasileira tinha oferecido US$ 80 mil a agentes penitenciários e policiais.
Ouça também o podcast Ficha Criminal, com as histórias dos criminosos que marcaram época no Brasil. Este e outros podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts, no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e outras plataformas de áudio.
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