Caso Gritzbach: Investigador escondia R$ 621 mil em imóvel de R$ 3 milhões
O investigador Marcelo Marques de Souza, 54, o Bombom, delatado pelo empresário Vinícius Gritzbach por corrupção e envolvimento com o PCC (Primeiro Comando da Capital), escondia R$ 621 mil em espécie em um apartamento de luxo avaliado em R$ 3 milhões na região do Tatuapé, zona leste paulistana.
As cédulas estavam em um cofre e também embaixo de um colchão. Foram encontradas por policiais federais durante cumprimento de mandados de busca e apreensão e de prisão temporária no âmbito da Operação Tacitus, deflagrada no último dia 17.
No apartamento, havia ainda US$ 14.500 (cerca de R$ 90 mil) e 15.700 euros (cerca de R$ 100 mil). O valor total em espécie ultrapassa R$ 800 mil.
Marcelo Bombom tinha salário de R$ 12.189 e movimentou R$ 34 milhões em cinco anos.
A prisão era para ser temporária, mas acabou convertida em preventiva. E isso porque Marcelo Bombom foi flagrado com quantia "vultosa" de dinheiro.
Foi encontrada a quantia vultosa em dinheiro em um apartamento de alto padrão no Jardim Anália Franco, em situação incompatível com sua capacidade financeira.
PF, em mandado de busca e apreensão
No apartamento, também foram encontrados uma pistola ponto 40, um revólver calibre 32, munição, uma porção de maconha, planilha com nomes, apelidos e valores e uma lista com despesas de outros condomínios luxuosos.
A Polícia Federal pediu a prisão preventiva do investigador por entender que ele representa um perigo à sociedade, caso permaneça solto, em razão do desvio de conduta, e porque no apartamento dele "havia prova da existência de crime". O policial civil foi autuado por lavagem de dinheiro.
Além de Bombom, os federais também prenderam no último dia 17 o delegado Fábio Baena Martin, 49, e os investigadores Marcelo Roberto Ruggieri, 53, e Eduardo Monteiro, 47. O investigador Rogério Almeida Felício, 46, o Rogerinho, foi detido no último dia 23.
Todos foram acusados por Gritzbach de envolvimento em corrupção. Eles estão recolhidos no Presídio Especial da Polícia Civil, no bairro do Carandiru, zona norte paulistana, onde passaram o Natal trancafiados com outros colegas de corporação.
Na mesma operação foram presos o advogado Ahmed Hassan Saleh, 51, o Mudi, e os empresários Robinson Granger Moura, 54, o Molly, e Ademir Pereira de Carvalho, 50. Os três são considerados rivais de Gritzbach e foram denunciados por ele por suposta ligação com o PCC.
PMs da Rota investigados
Até a última sexta-feira, Mudi, Molly e Ademir permaneciam encarcerados no CDP 1 (Centro de Detenção Provisória 1) do Belém, na zona leste de São Paulo. A unidade prisional é destinada a detentos integrantes ou simpatizantes do PCC.
Vinícius Gritzbach foi morto com tiros de fuzis no aeroporto internacional de Guarulhos, em 8 de novembro deste ano, oito dias depois de delatar os à Corregedoria da Polícia Civil o delegado Baena e os quatro investigadores presos.
Além dos policiais civis, há suspeitas também de envolvimento de policiais militares que atuaram na Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) com integrantes do PCC, como divulgou esta coluna com exclusividade na última sexta-feira (27).
A Corregedoria da PM abriu inquérito para investigar o caso. Militares que trabalharam na AI (Agência de Inteligência) da Rota foram acusados de passar informações sigilosas de operações policiais para líderes do PCC e rivais de Gritzbach, entre eles o advogado Ahmed Hassam Saleh, o Mudi.
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