Após acusar Bolsonaro, Maduro anuncia exercícios militares na Venezuela
Depois de chamar o presidente brasileiro Jair Bolsonaro (sem partido) de fascista, Nicolás Maduro anunciou hoje o início de exercícios militares em território venezuelano. A ação, que já estava prevista para acontecer, promete mobilizar mais de 2 milhões de homens.
Maduro batizou a ação de "Escudo Bolivariano 2020". "Mais de 2 milhões e 300 mil combatentes mobilizados para defender a integridade territorial", escreveu.
A declaração no Twitter ocorreu um dia depois de acusar o presidente Jair Bolsonaro de levar o Brasil a um "conflito armado" contra seu país.
A "desculpa" foi usada como justificativa para a realização de exercícios militares programados para o fim de semana.
"Bolsonaro está arrastando as Forças Militares do Brasil para um conflito armado contra a Venezuela, ao amparar um grupo de terroristas que atacou um quartel militar venezuelano", disse Maduro à imprensa internacional.
Ele se referia ao assalto de militares desertores contra um destacamento da Força Armada venezuelana no estado Bolívar (sul, na fronteira com o Brasil) em 22 de dezembro. Na ocasião, um agente morreu e fuzis e lançadores de foguetes foram roubados. Seis militares foram presos e cinco pediram refúgio no Brasil.
Maduro afirmou que Bolsonaro, a quem tachou de "fascista", "está por trás das ameaças terroristas contra a Venezuela, embora os militares brasileiros não se prestem a isso". "Há terroristas no território brasileiro preparando ataques e incursões militares contra a Venezuela. E nós temos direito de nos preparar", acrescentou.
"Estamos mobilizando todos os sistemas de mísseis terra-ar, terra a terra, os sistemas de foguete, todas as formas de defesa antiaérea, aérea, terrestre, em todo o território nacional, para nos prepararmos, para defender o direito à paz, à integridade territorial", detalhou.
O Brasil é um dos 50 países que consideram ilegítimo o segundo mandato de Maduro e reconhecem o opositor Juan Guaidó como mandatário interino.
O líder chavista reiterou seu pedido para Donald Trump não se deixar "enganar" por "falcões" e pela oposição venezuelana, dias depois de o presidente americano receber Guaidó com honras de chefe de Estado e lhe prometer "esmagar a tirania" de Maduro.
A reunião com Trump foi o ponto máximo de uma turnê internacional de Guaidó, que deixou o país burlando uma proibição judicial.
"No dia em que os tribunais da República derem ordem de prender Juan Guaidó por todos os crimes que cometeu, ele irá para a prisão. Este dia não chegou, mas chegará", alertou Maduro.
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