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Forças nigerianas mataram pelo menos 10 mil em prisões ilegais, diz Anistia

15.01.2020 - Parada do dia do Exército em Lagos, Nigéria - NurPhoto via Getty Images
15.01.2020 - Parada do dia do Exército em Lagos, Nigéria Imagem: NurPhoto via Getty Images

Do UOL, em São Paulo

27/05/2020 09h18

Um novo relatório da Anistia Internacional alega que pelo menos 10 mil pessoas (muitas delas crianças) morreram enquanto estavam aprisionadas ilegalmente por forças de segurança do governo nigeriano.

A organização diz que dezenas de milhares de outros foram detidos ilegalmente durante um conflito de uma década do governo contra grupos jihadistas. A informação é do The Guardian.

Confundidos com o inimigo

De acordo com o relatório, muitas das vítimas em questão eram civis que fugiram de suas casas para escapar da violência do Boko Haram, principal grupo jihadista que o governo combatia. No entanto, membros do Exército ou milícias os prenderam sob suspeita de colaborar com o inimigo.

A Anistia alega que, nessas prisões ilegais, os civis sofreram tortura, abuso sexual e foram detidos por anos sem direito a julgamento ou cuidados médicos, em "condições inumanas".

Envolvimento internacional

Uma das prisões denunciadas no relatório era parcialmente fundada pelo governo do Reino Unido e outros doadores internacionais. Oficialmente, o local era sede de um "programa de reintegração" para jihadistas arrependidos.

Joanne Mariner, porta-voz da Anistia, disse que uma investigação sobre estas acusações é "urgente". "É difícil de acreditar que crianças em qualquer lugar do mundo tenham passado por coisas assim", comentou.

Resposta

O coronel Sagir Musa, diretor de relações públicas do Exército nigeriano, disse que as acusações são falsas.

"Não há nenhuma base para essas denúncias. O Exército nigeriano nega categoricamente todas elas, e nenhum grupo conseguiu contradizer nossa posição até agora", declarou.