Homem negro disse que não podia respirar antes de morrer em ação no Texas
Imagens da prisão de um homem negro em Austin, no Texas (EUA), em que ele diz "não consigo respirar" várias vezes, estão sob investigação. A frase foi a mesma dita por George Floyd, morto no dia 25 de maio após uma ação policial em Minneapolis. O caso gerou uma onda enorme de protestos contra o racismo e a violência policial nos Estados Unidos.
Em vídeo de câmera corporal divulgado ontem pelo Departamento de Polícia de Austin, os policiais do escritório do xerife de Williamson foram vistos perseguindo Javier Ambler, de 40 anos, na madrugada do dia 28 de março de 2019, segundo a rede de TV norte-americana CNN.
Ambler não conseguiu apagar os faróis do carro enquanto passava por um policial, de acordo com o relatório de incidente do departamento do xerife. Ele tentou fugir e ocorreu uma perseguição de 22 minutos que acabou na cidade de Austin, diz o documento.
O homem colidiu com três objetos fixos dentro e fora da estrada. A câmera capturou o momento em que os policiais pararam seus veículos e e começaram a caminhar em direção a ele.
Ambler saiu do carro com as mãos para cima, de acordo com os documentos obtidos pela CNN. Ele estava desarmado e sóbrio. Os policiais tentaram algemá-lo. mas disseram que ele resistiu e se recusava a seguir os comandos verbais, de acordo com o relatório.
Quando ele é algemado, é possível ouvi-lo dizendo que tem insuficiência cardíaca. Várias vezes no vídeo, Ambler também diz que não consegue respirar e que não está resistindo. Alguns minutos depois da prisão, os policiais percebem que ele não responde.
Pouco depois, os agentes tiraram as algemas e podem ser ouvidos administrando compressões de reanimação até as unidades médicas chegarem ao local.
Morte foi considerada homicídio
O modo como a morte de Ambler ocorreu foi considerado homicídio, de acordo com o relatório do Procurador-Geral do Texas. Insuficiência cardíaca congestiva, doença cardiovascular hipertensiva associada à obesidade mórbida "em combinação com restrição forçada" foram listadas como causa de morte na certidão de óbito.
O Gabinete de Padrões Profissionais do Departamento do Xerife do Condado de Williamson disse que concluiu que os agentes agiram de acordo com as diretrizes estabelecidas e usaram razoabilidade objetiva.
A promotoria do condado de Travis está conduzindo uma investigação sobre a prisão mortal. A promotora Margaret Moore disse à CNN ontem que as imagens das câmeras estavam vindo de um policial de Austin que respondeu à cena quando a perseguição entrou na cidade. Nenhum policial de Austin está sob investigação.
"Determinamos que precisamos levá-lo a um grande júri", disse Moore, acrescentando que funcionários do Gabinete do Xerife do Condado de Williamson não cooperaram. "Este caso tem sido tão incomum. Não é típico encontrarmos obstáculos para obter provas, especialmente de outra agência policial".
"É importante, no clima de hoje, com a resposta aumentada a incidentes envolvendo policiais, que o público saiba que estamos processando esse caso, que o levemos ao grande júri e faremos tudo ao nosso alcance para garantir que a justiça seja feita aqui," disse ela.
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