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Motorista abordado pela polícia em Paris morreu após ser sufocado, diz site

8.jan.2020 - Cartazes com as frases "A polícia mata" e "Justiça para Cedric" são colocados na rua, ao lado de velas, em Toulouse (França), em protesto pela morte do entregador Cédric Chouviat, que morreu após ser asfixiado pela polícia em Paris, em janeiro de 2020 - NurPhoto via Getty Images
8.jan.2020 - Cartazes com as frases "A polícia mata" e "Justiça para Cedric" são colocados na rua, ao lado de velas, em Toulouse (França), em protesto pela morte do entregador Cédric Chouviat, que morreu após ser asfixiado pela polícia em Paris, em janeiro de 2020 Imagem: NurPhoto via Getty Images

23/06/2020 15h12

O caso aconteceu em janeiro deste ano, mas imagens de vídeo que vieram a público agora dão novos contornos à morte de Cédric Chouviat, em Paris, mostra o site The Guardian. O motorista de 42 anos trabalhava fazendo entregas quando foi abordado por policiais em Paris perto da Torre Eiffel. Ele foi imobilizado no chão e sufocado. Morreu poucos dias depois.

Segundo as imagens, o motorista disse por sete vezes "estou sufocando", em um período de 22 segundos, enquanto era mantido no chão.

Quatro policiais estão sendo interrogados por "homicídio involuntário" no caso que faz eco à morte do norte-americano George Floyd, em maio, nos Estados Unidos.

Os agentes disseram que pararam Chouviat em sua motocicleta porque ele estava olhando para o celular e a placa estava suja. Os policiais alegam que ele foi desrespeitoso e abusivo e resistiu à prisão.

No entanto, um relatório do Instituto de Pesquisas Criminais da Gendarmaria Nacional sugeriu que as trocas entre a polícia e o motorista foram "corretas", embora os policiais possam ter sentido que ele estava sendo "provocativo" ou "desafiador".

As imagens examinadas pelos investigadores sugerem que a situação mudou após 9 minutos e 44 segundos de conversas, nas quais Chouviat pode ser ouvido chamando um policial de "tolo" várias vezes.

De acordo com testemunhas citadas pelo jornal francês Le Monde, os policiais mantiveram Chouviat estrangulado, uma técnica controversa de restrição que foi proibida pelo ministro do Interior francês, Christophe Castaner, este mês, mas foi restabelecida após reclamações da polícia.

Em um relatório sobre o incidente, acessado por alguns veículos de notícias, um especialista que avaliou as imagens afirma que: "Aos 11 minutos e 16 segundos, (Couviat) diz ao policial que ele é um 'tolo'. O oficial decide prendê-lo. Nos próximos 22 segundos, podemos ouvir sons diferentes que não conseguimos identificar. A pessoa presa diz várias vezes 'estou sufocando'. Podemos ouvir um dos policiais dizer: 'Tudo bem, tudo bem, algema'."

Chouviat teve um ataque cardíaco e foi levado ao hospital em coma. Ele morreu dois dias depois. Um exame concluiu que ele havia morrido de asfixia por ter sofrido uma "fratura da laringe".

Nenhum dos policiais foi suspenso. Laurent-Franck Lienard, advogado de três deles, disse que eles não haviam ouvido as últimas palavras de Chouviat e que "não tinham absolutamente nenhuma ideia" do que ele estava dizendo.

Lienard afirmou que o homem preso submeteu a polícia a "cerca de 15 minutos de insultos", chamando-os de "palhaços", "fantoches" e "tolos". Ele disse que seus clientes não haviam usado a manobra de estrangulamento.