Nova York: Pandemia agrava fome e desemprego no bairro de Corona, no Queens
O distrito do Queens, em Nova York, foi uma das áreas mais afetadas pela pandemia da covid-19 no mundo. s impactos econômicos agravaram o cenário de fome e desemprego em Corona, um dos bairros da região.
O bairro, que é lotado de imigrantes, não só é batizado com o mesmo nome do coronavírus, como viu 440 de seus moradores serem vitimados pela covid-19 e assistiu a muitos dos negócios locais fecharem as portas em decorrência da crise. 60% dos moradores de Corona são estrangeiros e o bairro fica no distrito com mais imigrantes ilegais da cidade.
Uma reportagem da AP informa que em Corona as filas de distribuição de comida gratuita ocupam duas quadras da 39ª Avenida. O público vulnerável é formado, especialmente, por homens latinos que ficaram desempregados após o lockdown decretado em março. Eles costumavam, em sua maioria, trabalhar nas cozinhas de restaurantes, no setor de construções ou oferecendo serviços domésticos.
Pedro Rodríguez, diretor executivo da La Jornada — entidade que faz a distribuição de refeições para desempregados em Corona, viu a procura por alimentos saltar de 20, 30 novas famílias por semana para milhares.
"Os chamados que nós recebemos em busca de comida no último mês vieram de Corona", afirmou Rodríguez, que relatou mudanças no público que procura a La Jornada. "Antes da pandemia, nós costumávamos ver muitos idosos. Agora, nós vemos famílias jovens nos seus 20, 30 anos. É dramático", contou à AP.
Dados da cidade de Nova York dando conta de que imigrantes pobres e novaiorquinos negros são as faixas da população mais afetadas pela pandemia, que não atingiu com tanta força as região mais brancas e abastadas da cidade. Marcados pela informalidade no trabalho, nem todos os moradores de Corona puderam optar pelo regime de home office com teletrabalho — e a cidade atribui a isso a maior disseminação do vírus na região.
Desemprego de latinos
O Instituto de Política Migratória dos Estados Unidos apresentou dados que apontam para o salto no desemprego de latinos nascidos fora do país durante a pandemia. Os números passaram de 4,4% em fevereiro para 13,5% em junho.
Catalina Cruz, representante de Corona e alguns bairros vizinhos na Assembleia Estadual de Nova York, disse que a decisão do estado de destinar US$ 20 milhões (aproximadamente R$ 104 milhões) para imigrantes — independentemente da situação legal — chegou tarde.
"Essa é uma comunidade em que as pessoas dependem do trabalho diário. Se você não trabalhar, você não come, você não pagou o aluguel. E, frequentemente, os aluguéis se tornaram tão exorbitantes que você tem duas, três família vivendo um em espaço apertado", explicou Cruz.
"Esse é uma comunidade que já sofreu por ano da negligência dos oficiais do governo", afirmou.
*Com AP
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