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Funcionários do governo rebatem Trump após ele citar 'ataque' no Líbano

Do UOL, em São Paulo

04/08/2020 23h15

Dois funcionários do governo dos Estados Unidos rebateram o presidente do país, Donald Trump, após ele citar que as explosões ocorridas hoje no Líbano pareceram "ataques terríveis".

Ouvidos em condição de anonimato pela Reuters, eles disseram que não está claro como Trump recebeu as informações e que não há motivo para acreditar que tenha sido usado "algum tipo de bomba" para causar as explosões em Beirute.

As autoridades dos EUA disseram que as informações, até agora, estão mais próximas do que o governo libanês disse publicamente. Eles acrescentaram, porém, que o caso ainda é recente e que pode mudar com o passar do tempo.

Mais cedo, Trump afirmou: "Nós temos uma relação muito boa com o povo do Líbano e estaremos lá para ajudar. Parece um ataque terrível."

"Parece isso, com base na explosão", acrescentou o presidente americano. "Encontrei nossos generais e eles acham que foi isso. Não foi um evento do tipo explosão de fábrica. Parece, segundo eles — e eles sabem melhor do que eu —, que foi um ataque", completou sem apresentar provas.

O chefe de Segurança Geral do Líbano, Abbas Ibrahim, disse que 2.750 toneladas de nitrato de amônio — usada na produção de explosivos e fertilizantes — estavam no porto de Beirute quando houve a grande explosão.

O comitê investigativo foi criado pós reunião do Conselho de Alta Defesa, que contou com o primeiro-ministro, Hassan Diab, e o presidente Michel Aoun. Segundo as autoridades, as famílias das vítimas receberão indenizações do governo.

No Twitter, Aoun disse ser "inaceitável" a quantia de nitrato de amônio guardada no depósito desde 2014 sem medidas de segurança. Ele ainda prometeu "punições severas" aos responsáveis.

Aoun afirmou, em entrevista para Reuters, que um estado de emergência deve ser declarado em Beirute pelas próximas duas semanas.