'Eu voei para trás', diz brasileiro que mora a 1 km da explosão em Beirute
O médico brasileiro Gabriel Naumann, que mora a cerca de um quilômetro da grande explosão ocorrida ontem em Beirute, contou que sentiu de maneira mais intensa o impacto do incidente. Ele estava na varanda do seu apartamento na capital libanesa quando houve a explosão no porto da cidade.
"Na hora da explosão eu estava na varanda, fora de casa, e eu ouvi a primeira explosão. Fui olhar o que era e vi a fumaça vindo de longe. E aí veio uma segunda explosão, e essa segunda explosão foi a hora que veio como se fosse uma bolha de ar mesmo, e aí eu voei para atrás", disse hoje Naumann em entrevista à Globonews.
"Meu parceiro que mora aqui comigo me puxou e me levou para o corredor para a gente ficar longe das janelas. A gente não sabia o que era, se era um ataque, a gente não fazia a menor ideia. Então a gente ficou lá por alguns minutos sem sinal de celular, sem nada, não sabia o que estava acontecendo", relatou o brasileiro.
A explosão, que deixou mais de 100 pessoas mortas e mais de 4.000 feridas, pode ter sido causada pelo armazenamento em grande quantidade de nitrato de amônio na região do porto de Beirute. Segundo o presidente libanês Michel Aoun, cerca de 2.750 toneladas da substância estavam armazenadas em um armazém há anos.
Além dos mortos e feridos, a explosão causou destruição pela cidade. Segundo Naumann, seu apartamento teve portas e vidros de janelas danificados, mas amigos dele terão que se mudar por conta dos estragos em suas residências.
"Foi uma noite inteira de catar os cacos, literalmente", afirmou o brasileiro. "Tenho amigos que perderam o apartamento inteiro, estão tendo que se mudar completamente. A noite inteira o que a gente ouvia eram ambulâncias e pessoas limpando o vidro das ruas."
Apesar da hipótese mais provável de o incidente ter sido causa pelo nitrato de amônio, ainda não se sabe o que provocou o incêndio que precedeu a explosão, assim como se foi acidental ou não.
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