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Namíbia recusa R$ 64 mi da Alemanha como reparação por genocídio: 'insulto'

O presidente da Namíbia, Hage Geingob, no  durante o funeral de Winnie Mandela, na África do Sul; ele exige pedido de desculpas da Alemanha por matança contra grupos étnicos - Wikus de Wet/AFP Photo
O presidente da Namíbia, Hage Geingob, no durante o funeral de Winnie Mandela, na África do Sul; ele exige pedido de desculpas da Alemanha por matança contra grupos étnicos Imagem: Wikus de Wet/AFP Photo

Do UOL, em São Paulo

17/08/2020 12h00Atualizada em 17/08/2020 13h37

O presidente da Namíbia, Hage Geingob, rejeitou uma proposta de 10 milhões de euros — cerca de R$ 64,7 milhões — da Alemanha como forma de compensar o país pelo genocídio causado na colonização no começo do século 20.

Na semana passada, Geingob afirmou que a proposta deveria ser revista e que "não era aceitável".

"Primeiro, eles ofereceram 10 milhões de euros. Honestamente, é um insulto. Dissemos que era um insulto", disse, segundo o jornal sul-africano South African News.

Contudo, o país segue na tentativa para que as duas partes cheguem a um acordo. Segundo informações da Deutsche Welle, as negociações já duram cinco anos.

"Continuamos determinados a completar esta missão chave", afirmou o presidente da Namíbia.

O lado alemão se mostrou surpreso com a reação negativa. O comissário especial do governo alemão para as negociações, Ruprecht Polenz, disse que "as duas partes concordaram com a confidencialidade das negociações" e que a Alemanha "quer assumir a sua responsabilidade política e moral pelos crimes".

A Namíbia, por sua vez, informou que os europeus se negam a falar em pedido de desculpas ou usar a palavra "reparação" — o que seria uma das exigências do país africano.

Entre 1904 e 1908, a Alemanha repreendeu movimentos contra o domínio colonial no país, matando cerca de 65 mil pessoas do grupo étnico herero — na época, eram uma população de 80 mil — e 10 mil nama, sendo a metade do grupo.