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Trump pede que Suprema Corte dos EUA bloqueie milhões de votos em 4 estados

Derrotado na eleição de 3/11, Trump segue dizendo, sem provas, que o pleito foi fraudado - Saul Loeb/AFP
Derrotado na eleição de 3/11, Trump segue dizendo, sem provas, que o pleito foi fraudado Imagem: Saul Loeb/AFP

Do UOL, em São Paulo

09/12/2020 21h50Atualizada em 10/12/2020 18h52

Derrotado na eleição de 3 de novembro, o presidente Donald Trump se associou hoje a um pedido do Texas feito à Suprema Corte dos Estados Unidos para que sejam bloqueados milhões de votos nos estados da Pensilvânia, Geórgia, Michigan e Wisconsin, todos vencidos por seu adversário, o democrata Joe Biden.

O pedido integra uma ação movida pelo procurador-geral do Texas, Ken Paxton, que busca anular os resultados nesses estados porque eles alteraram as regras de votação por conta do coronavírus. Ao longo do dia, Trump repetiu a acusação de que houve fraude eleitoral, novamente sem apresentar nenhuma prova de suas alegações.

"Há evidências maciças de fraude generalizada nos quatro estados mencionados no processo do Texas. Basta olhar todas as fitas e declarações!", escreveu o presidente em uma rede social, sem especificar que fitas e declarações seriam estas.

A decisão de Trump vem um dia depois de a Suprema Corte rejeitar, por unanimidade, um recurso movido por aliados de Trump na Pensilvânia para suspender a certificação da vitória de Biden no estado. Foi apenas uma das quatro derrotas judiciais impostas ao republicano nesta semana, que também perdeu em outros três estados.

Em Nevada, o recurso da campanha foi rejeitado por falta de provas de que houve algum tipo de fraude eleitoral nos votos recebidos — mesmo argumento apontado por um tribunal inferior na última semana. Caso semelhante ocorreu em Michigan e Geórgia, onde os juízes não consideraram haver evidências das acusações apresentadas.

Além de tentar reverter os resultados na Pensilvânia, na Geórgia, no Michigan e em Wisconsin, a ação ajuizada no Texas também pediu uma alteração na data da reunião do colégio eleitoral, definida por lei desde 1887 e que nunca teve mudança. Neste ano, o encontro está marcado para 14 de dezembro.

A chance de vitória de Trump é mínima, já que cada estado tem autonomia total para gerenciar seu processo eleitoral da maneira que achar adequada. Com as sentenças de hoje, o presidente norte-americano já soma mais de 50 derrotas judiciais.

Desde 3 de novembro, o republicano alega que houve fraudes no processo eleitoral que deu a vitória a Biden. Mas Trump já perdeu oficialmente, com a certificação em cada estado, no colégio eleitoral — em placar que ficou em 306 a 232 para o democrata. No voto popular, Biden teve mais de sete milhões de votos de vantagem sobre o atual presidente.

(Com ANSA)