Vida nos EUA e criptomoedas: quem era membro do PCC morto pela PM em SP
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Apontado como membro da "tropa de elite" do PCC, André Ferreira Borges, 45, tinha uma vida luxuosa nos EUA, investia em criptomoedas e andava com carros blindados como forma de proteção, indicam investigações. Pane, como era conhecido, morreu ao reagir a tiros a uma abordagem da PM ontem à noite em Campinas, que havia recebido denúncia de que ele estaria transportando armas para um roubo a banco.
O que aconteceu
Investigado por participações em mega-assaltos. Preso preventivamente por suspeita de participação em um roubo a banco em Ubatuba (SP) em 2019, ele acabou sendo solto em 2024 e respondia ao processo em liberdade. Segundo a polícia, ele também era investigado por suspeita de envolvimento em um ataque a uma agência bancária em Passos (MG), em 2018.
Suspeito foi identificado por autoridades portando um fuzil capaz de abater um helicóptero. As imagens foram registradas em Araçatuba (SP), em ataque ocorrido em 2021, que marcou a escalada da violência em ataques ultraviolentos no país.

Pane integrava núcleo do PCC que planejava o resgate de Marcola desde 2023, segundo o MP. A unidade conhecida como "restrita tática" é formada por criminosos especializados em ações aos moldes de "domínio de cidades" ou "novo cangaço" em ações com cerca de 30 criminosos com armas de grosso calibre, veículos blindados e explosivos para atacar as forças de segurança e roubar instituições financeiras.
Vida de luxo nos EUA. Investigações indicam ainda que Pane passou a investir em criptomoedas fora do país. Ele teria voltado ao Brasil para participar de um assalto a banco no interior de São Paulo, segundo denúncia anônima encaminhada ao Batalhão de Choque da PM. Com base nessa informação, os agentes o abordaram, que reagiu a tiros e acabou sendo morto em uma rodovia em Campinas.

Armas, munição e cerca de R$ 500 mil em dinheiro vivo. A maior parte do dinheiro encontrado no veículo onde estava o criminoso era em dólares. Ele também estava com uma submetralhadora, uma pistola, munição de fuzis, carregadores e uma luneta para mirar alvo à distância. O UOL não localizou os advogados que o representam.
Depois de espalhar o terror com assaltos cinematográficos e dominar cidades inteiras, ele levava uma vida de luxo entre o Brasil e Orlando. Até que o Choque, com suas unidades especializadas, encerrou sua trajetória criminosa.
Coronel Valmor Racorti, comandante do Choque da PM de São Paulo
Apesar dos crimes graves nos quais já se envolveu, foi posto em liberdade e teria se mudado para Orlando antes de estar no Brasil para esse planejamento de uma nova ação criminosa. A ação da Polícia Militar impede futuros crimes e desarticula um núcleo estratégico do PCC.
Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública de SP, em sua conta no X

A 'tropa de elite' do PCC
Outro membro do PCC que tramou o resgate de Marcola foi morto em fevereiro deste ano. Carlos Alves Bezerra, conhecido como Carlão, também era apontado como uma das lideranças do PCC do núcleo "restrita tática". Ele foi morto em uma operação da Rota e, segundo a polícia, entrou em confronto com os agentes.

Rota encontrou um QG da "tropa de elite" da facção criminosa em Paraisópolis. Em operação ocorrida há duas semanas, os agentes apreenderam um fuzil, granadas, um colete à prova de balas, munição e carregadores que seriam usados pelo núcleo do PCC. Três pessoas foram presas e conduzidas à sede da PF.
Outro criminoso apontado por chefiar plano de fuga de líder do PCC foi preso. Ivan Garcia Arruda, o Degola, foi capturado em setembro de 2024, em Sorocaba (SP).
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