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Após invadirem Capitólio, grupos pró-Trump marcam atos para posse de Biden

06 jan. 2021 - Manifestantes apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, invadem Congresso - Win McNamee/Getty Images
06 jan. 2021 - Manifestantes apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, invadem Congresso Imagem: Win McNamee/Getty Images

Do UOL, em São Paulo*

10/01/2021 18h43Atualizada em 10/01/2021 20h51

A prisão de mais de cem pessoas ligadas à invasão sede do Parlamento dos EUA na quarta-feira (6) não foi suficiente para convencer grupos de extrema-direita a aceitar a derrota eleitoral de Donald Trump. Nas redes sociais, apoiadores do atual presidente marcam novos atos para 20 de janeiro, dia em que Joe Biden deve tomar posse no cargo.

"Nós voltaremos dia 20 e nada vai nos parar: nem a polícia, nem o Exército", afirma um militante. "Nós libertaremos Washington e libertaremos o nosso país", diz outro. "Não deixaremos os comunistas vencerem", disse outro manifestante.

Embate nas redes sociais, com Trump suspenso

Trump foi banido permanentemente do Twitter na sexta-feira (8). A plataforma afirmou que a conta foi derrubada em função de postagens do republicano relacionadas à invasão.

A conta de Trump já havia sido bloqueada por 12 horas após ele utilizar as redes para incentivar a invasão ao Capitólio —ato que resultou na morte de cinco pessoas, incluindo um policial.

O presidente americano também foi banido de outras redes sociais, como Facebook e Instagram, por acusar, sem provas, a eleição do país de ter sido fraudada.

Impedido de usar as principais redes sociais, Trump tem se manifestado pela plataforma Parler —apreciada pela extrema-direita por não ter uma política de uso que combata o discurso de ódio. Amazon, Google e Apple removeram o aplicativo de suas plataformas, mas a rede continua sendo acessada principalmente por navegadores.

No Brasil, apoiadores de Trump e do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também estão incentivando o uso da rede Parler. Segundo eles, o boicote ao republicano é uma censura orquestrada pela elite global que quer calar uma liderança conservadora.

Invasão fez trumpistas se sentirem "invencíveis"

O ex-diretor-adjunto do FBI Frank Figliuzzi aponta que os grupos de extrema-direita parecem se sentir "invencíveis" depois de terem conseguido penetrar, sem maiores resistências das forças de ordem, em um dos lugares mais protegidos do país.

Apesar dos acontecimentos dos últimos dias, essa militância se recusa a admitir a vitória do candidato democrata nas eleições de novembro. Muitos ainda creem que Trump pode começar um segundo mandato em 20 de janeiro.

Prisão de ícones da invasão

Neste sábado (9), as autoridades americanas anunciaram a prisão de três dos manifestantes pró-Trump cujas imagens rodaram o mundo durante a violenta invasão do Capitólio. Jacob Anthony Chansley, o homem com chapéu com chifres de bisão, sem camisa e rosto pintado nas cores da bandeira americana, está entre eles. Ele é conhecido como Jake Angeli nas redes trumpistas e carregava uma lança com a bandeira americana durante a ocupação.

Chansley foi acusado de "entrar ou permanecer intencionalmente em um prédio ou terreno restrito sem autoridade legal e por entrada violenta e conduta desordenada nas instalações do Capitólio". Ele se descreve como um "soldado digital" da teoria da conspiração de extrema direita QAnon, que afirma que Trump está travando uma guerra secreta contra um culto liberal global de pedófilos adoradores de Satanás.

Os outros dois homens presos são Derrick Evans, 35, recém-eleito para a Câmara dos Delegados da Virgínia Ocidental, e Adam Johnson, 36, da Flórida. Johnson foi identificado pelas fotos em que é visto sorrindo e acenando para a câmera enquanto caminha pela rotunda do Capitólio, carregando o púlpito da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.

Os três foram indiciados no tribunal federal por atos em conexão com a violência, de acordo com o gabinete do procurador do Distrito de Columbia.

*Com agências de notícias