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Polícia prende 'viking' que invadiu Capitólio; EUA já prenderam mais de 90

Do UOL, em São Paulo

09/01/2021 17h22Atualizada em 10/01/2021 08h27

Autoridades federais dos Estados Unidos afirmaram hoje que prenderam três extremistas que invadiram o Congresso, na última quarta-feira (6), em ato a favor do presidente Donald Trump. Mais de 90 já foram presos.

Entre eles está Jacob Anthony Chansley, mais conhecido como "Jake Angeli", que entrou no Capitólio usando chifres, rosto pintado com as cores da bandeira dos EUA e carregando uma lança de 1,8 m de comprimento.

Chansley é natural do estado do Arizona e responderá na Justiça por entrar/permanecer intencionalmente em qualquer edifício ou terreno restrito sem autoridade legal e entrada violenta e conduta desordenada nos terrenos do Capitólio. Vestindo sempre referências a povos tradicionais indígenas dos EUA ou a vikings, ele já foi fotografado militando em outros protestos a favor de Donald Trump.

Outro manifestante também detido pela polícia foi Adam Johnson, visto em fotos carregando o púlpito da Presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy Pelosi, pelos corredores do local.

Johnson será indiciado pelos mesmos crimes de Chansley, além de uma acusação de roubo de propriedade do governo.

Por fim, as autoridades federais divulgaram que Derrick Evans foi preso também por entrar em terreno sem autoridade e condutada desordenada.

A suspeita é que Evans, recentemente eleito deputado estadual da Virgínia Ocidental, transmitiu ao vivo para sua página do Facebook um vídeo dele mesmo se juntando e encorajando uma multidão que entrava ilegalmente no Capitólio dos EUA.

Ontem, o homem fotografado durante a invasão ao Capitólio com o pé em cima da mesa de Pelosi foi preso em Little Rock, no Arkansas.

A invasão

Motivados por Trump, apoiadores se reuniram na última quarta-feira (6), nas proximidades do Capitólio, para protestar contra a certificação da vitória de Joe Biden na eleição de 2020. Depois de esgotar todas as opções para tentar reverter o resultado das eleições de novembro, Trump apelou para seus apoiadores, convencendo-os de que era possível impedir a oficialização de Biden e Kamala Harris.

A invasão aconteceu pouco depois de a sessão conjunta do Congresso ser interrompida por uma objeção, por parte de parlamentares republicanos, ao resultado do pleito no estado do Arizona, vencido por Biden.

Deputados e senadores tiveram que se esconder embaixo de suas cadeiras, e o vice-presidente Mike Pence foi retirado do prédio.

Além de policiais, atiradores de elite e outras forças de segurança foram acionados para conter os manifestantes. Ao menos cinco pessoas morreram, segundo a polícia de Washington.

O tumulto, porém, não impediu a continuidade da sessão, que foi retomada às 20h locais (22h de Brasília) e terminou por certificar Biden durante a madrugada.

Por ter incitado os manifestantes, Trump corre risco agora de ser removido do cargo por meio da 25º emenda, que trata da incapacidade do presidente. Além disso, caso a emenda não seja acionada pelo vice Mike Pence, Nancy Pelosi avisou que o Congresso agirá para retirar Trump.