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Caos ecológico? Hipopótamos de Pablo Escobar alertam cientistas na Colômbia

Os hipopótamos trazidos até a Colômbia pelo famoso narcotraficante Pablo Escobar podem desequilibrar o habitat natural colombiano, apontam especialistas  - Wikimedia Commons
Os hipopótamos trazidos até a Colômbia pelo famoso narcotraficante Pablo Escobar podem desequilibrar o habitat natural colombiano, apontam especialistas Imagem: Wikimedia Commons

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/01/2021 12h17

Os quatro hipopótamos que o narcotraficante Pablo Escobar importou ilegalmente na década de 1980 para a Colômbia se reproduziram ao longo dos anos e hoje preocupam alguns cientistas, que acreditam que os animais possam ser causa de um desequilíbrio ecológico na vida selvagem colombiana.

Os especialistas cogitam até sacrificá-los, embora nem todos estejam de acordo. Alguns ecologistas defendem que não há razão para abatê-los ou realocá-los, de acordo com a National Geographic. Os animais, segundo uma hipótese, poderiam ser úteis pois estariam realizando uma "renaturalização", ou seja, "substituindo" espécies extintas há milhares de anos.

Todavia, os críticos aos hipopótamos dizem que eles são uma espécie invasora que "ameaça à vida selvagem, pois suas urinas e fezes são tóxicas", deixando animais e seres humanos doentes.

Em entrevista ao jornal The Telegraph, o ecologista Nataly Castelblanco-Martínez defendeu o abate dos gigantes africanos.

"Ninguém gosta da ideia de atirar em um hipopótamo, mas temos que aceitar que nenhuma outra estratégia vai funcionar", opinou Castelblanco-Martínez. "A realocação [somente] poderia ter sido possível há 30 anos, quando havia apenas quatro hipopótamos", argumentou.

Pablo Escobar - Wikimedia Commons - Wikimedia Commons
O narcotraficante Pablo Escobar
Imagem: Wikimedia Commons

Acontece que Escobar foi morto a tiros em 1993, quando o governo tomou posse de um zoológico particular do homem de interesses megalomaníacos. A maioria dos animais do local foram transferidos, mas restaram os quatro hipopótamos, deixados na natureza para sobreviverem por conta própria.

Os bichos não apenas sobreviveram, como hoje pelo menos 80 exemplares são uma preocupação do governo, que estuda há mais de uma década meios de combater sua população crescente.

David Echeverri Lopez, ambientalista governamental, afirmou que atualmente "há uma corrida para castrar os animais, que "se tornaram parte da identidade local".

Ainda assim, Castelblanco-Martínez acredita que essa saída não será suficiente. "A castração também poderia ter sido eficaz se os funcionários tivessem fornecido recursos suficientes para o programa desde o início, mas um abate agora é a única opção", garantiu.