Homem diz que máscaras reduziram a discriminação sobre paralisia facial
Um homem nascido com uma doença congênita, que causou a paralisação do lado esquerdo do rosto dele, diz que "teme" pelo dia em que as máscaras deixarão de ser obrigatórias. Segundo Atholl Mills, o item de proteção contra o novo coronavírus também o protege de comentários discriminatórios nas ruas.
Atholl foi diagnosticado com higroma cístico ao nascer, uma condição rara em que os gânglios linfáticos incham e formam nódulos. Os cirurgiões removeram alguns cistos, mas um corte em um nervo do lado esquerdo do rosto causou paralisa facial permanente no rosto do escocês.
Ele não tinha consciência de sua diferença visual até completar nove anos, quando uma criança da escola a apontou. Desde então, Atholl enfrenta reações negativas sobre sua aparência, que a certa altura o impediram de sair de casa.
"Isso afetou muito a minha confiança. Realmente me deixou para baixo. Houve um tempo em que eu lutava para sair de casa com medo que as pessoas olhassem para mim ou fizessem um comentário ruim", disse Atholl para o jornal Daily Record.
Os comentários discriminatórios acompanharam Atholl desde os tempos de escola até a vida adulta. No trabalho como garçom, clientes acostumaram o homem de 26 anos com o preconceito sofrido pela paralisia facial.
"Trabalho em um lugar próximo a um centro de jardinagem movimentado e, no ano passado, recebia comentários de pessoas todas as semanas. Uma vez, um cara me disse que se ele se parecesse comigo, provavelmente se mataria", relatou.
No entanto, após anos e anos aprendendo a lidar com os comentários negativos, Atholl percebeu que discriminação sofrida por ter um rosto diferente parou conforme as máscaras se tornaram obrigatórias na Escócia.
"Minha condição afeta minha cabeça, orelha, pescoço e mandíbula no lado esquerdo do rosto. Percebi uma enorme diferença desde que começamos a usar máscaras", explica.
"Eu costumava ficar ansioso ao me aproximar de uma mesa com crianças porque as crianças são curiosas e fazem perguntas. Agora, as crianças apenas conversam comigo. Tem sido muito bom", disse Atholl, comemorando a mudança na rotina.
Contudo, um dia a pandemia há de acabar e Atholl teme que a partir do momento em que as máscaras deixem de ser obrigatórias, as pessoas voltem a fazer a comentar sobre a deficiência facial.
"Não sei se estarei preparado para lidar com isso porque me acostumei com as pessoas falando nada. Espero que as pessoas se lembrem de que algumas pessoas parecem diferentes e se lembrem de ser gentis."
Nesse meio tempo, Atholl tornou-se embaixador da Changing Faces, uma instituição de caridade para todos que têm uma marca, cicatriz ou condição que os faz parecer diferente, em um esforço para aumentar a consciência das diferenças visuais.
Ele também começou seu próprio canal no YouTube e uma conta no TikTok, que estão crescendo em popularidade.
"Estou feliz por aumentar a conscientização sobre minha condição e mostrar aos outros com uma diferença visível que eles não estão sozinhos. As pessoas precisam ser educadas de que nem todos são iguais e que está tudo bem", completou Atholl, que sonha e trabalha por uma sociedade com menos preconceito.
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