'Relógio do apocalipse' está parado perto do fim desde 2020, alerta boletim
De janeiro do ano passado até este mês de janeiro de 2021, os ponteiros do "Relógio do Apocalipse" continuam parados e marcando 100 segundos para a meia-noite (ou para "o fim do mundo"), anunciou nesta quarta-feira (27) o Boletim de Cientistas Atômicos, que faz a medição simbólica desde 1947.
Todo ano, o boletim decide quais eventos empurraram os ponteiros do relógio para um destino caótico, representado pelo horário da meia-noite. Desta vez, a pandemia da covid-19, as mudanças climáticas e os riscos de ameaças nucleares estão entre os fatores citados pelo boletim para explicar porque estamos tão perto de uma catástrofe.
A decisão dos ponteiros deste ano foi realizada pelo Boletim de Cientistas Atômicos juntamente com um conselho de patrocinadores que inclui 13 ganhadores do Prêmio Nobel. A marca divulgada hoje não é só a mesma de janeiro de 2020, como é a mais próxima da destruição total, entre todos os outros "horários" da série histórica.
Para se ter uma ideia, o mais distante que os ponteiros já estiveram da meia-noite foi durante a Guerra Fria, em 1991, quando o relógio estava a 17 minutos do fim do mundo.
"A letal e assustadora pandemia da covid-19 serve como um alerta histórico, uma ilustração vívida de que os governos nacionais e as organizações internacionais estão despreparados para administrar as ameaças de armas nucleares e mudanças climáticas que realmente acabam com a civilização", comentou Rachel Bronson, presidente e CEO do grupo de cientistas.
Os especialistas dizem que a desaceleração econômica da pandemia reduziu as emissões de dióxido de carbono que causam o aquecimento global, porém os níveis ainda estão altos e se projeta que o "desenvolvimento e a produção de combustíveis fósseis aumentem [ainda mais] ".
"As concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa atingiram um recorde em 2020, um dos dois anos mais quentes já registrados. Os enormes incêndios florestais e ciclones catastróficos de 2020 são ilustrações da grande devastação que só aumentará se os governos não ampliarem significativa e rapidamente os esforços para trazer as emissões de gases de efeito estufa essencialmente a zero", declararam os cientistas.
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